3 661 - Militares portugueses mortos nos incidentes de S. Paulo

Cavaleiros do Norte de Zalala, aqui já em Vista Alegre. Quem será o da esquerda, de bar-
bas? De costas, o alferes Sousa (a tocar viola e a tapar o 1º. cabo Ferreira), Fião (?), 1º.
cabo Ângelo Lourenço (que hoje faz 65 anos), Cunha (enfermeiro, a dar biberon
 ao bebé do casal Sousa), Celestino Eira (fez ontem os 65) e a esposa do alferes Sousa

O capitão Ramiro Pinheiro
 morreu nos incidentes do
Bairro de S. Paulo, há 42 anos!

A 3 de Fevereiro de 1975, faleceram vários militares portugueses, no decorrer de graves incidentes no bairro de S. Paulo, em plena cidade de Luanda. Entre eles, o capitão miliciano Ramiro José Amaro de Azevedo Pinheiro e o alferes José Domingos dos Santos, ambos da 1ª. Companhia de Artilharia 6323. E também o sargento Álvaro Lopes, da FNLA. 
O capitão miliciano Manuel Guilherme de Carvalho Figueiredo, também do Exército Português e da mesma CART. 6323, ficou em estado grave, assim como vários outros militares e civis. No total, 10 mortos e 5 feridos graves, para além de muitos ligeiros.

Alferes J. D. Santos

Os incidentes ocorreram na praça de S. Paulo, logo de madrugada e prolongando-se pela manhã, depois de ter sido posto a circular um boato: que um comerciante banco abatera dois negros, que escondera no próprio estabelecimento. 
O boato, segundo o Diário de Lisboa, «fez com que uma grande multidão de negros se acercasse do referido estabelecimento, para averiguar o que se passava».
Soldados portugueses e uma patrulha da FNLA deslocaram-se para o local, para protegerem o estabelecimento, e «pouco depois ouviram-se tiros». «Deste recontro resultaram os mortos referidos, tendo um porta voz declarado que também haviam morrido dois soldados da FNLA, além de civis», noticiou o Diário de Lisboa.
Militares do MPLA e da UNITA juntaram-se, mais tarde, aos do Exército Português e da FNLA e «ajudaram a restaurar a ordem».
O trágico incidente deu voz a muitos outros boatos, que rapidamente se espalharam pela cidade de Luanda, mas, referia o DL, «apesar dos rumores alarmantes (...), ao anoitecer, a situação era calma, com o habitual movimento de pessoas e viaturas pela parte baixa da cidade».
A zona dos incidentes, ainda segundo o DL, estava «sob controlo das Forças Armadas Portuguesas e dos três movimentos, que fizeram deslocar para a zona muito material e pessoal». O Governo de Transição ordenou «um rigoroso inquérito».

Ângelo F. Lourenço

Cavaleiros a festejar
23 anos em Angola

O dia 3 de Fevereiro de 1975 foi tempo para quatro Cavaleiros do Norte do Batalhão de Cavalaria 8423 festejarem os seus viçosos 23 anos: os 1ºs. cabos Cardoso, Lourenço e Mendes e o soldado Madaleno.

Carlos A. J. Mendes

- Silvério Teixeira Cardoso era sapador da CCS e natural da Feira da Lomba, em Ribeira de Pena. Lá regressou a 8 de Setembro de 1975 mas a vida levou-o para sul e mora em Alfornelos, na Amadora. Parabéns!
- Ângelo Ferreira Lourenço era operador cripto da 1ª. CCAV. 8423 e natural de Odivelas, aonde regressou a 9 de Setembro de 1975 e onde mora, agora aposentado do Sindicato dos Táxis de Lisboa. Parabéns!
- Carlos Alberto de Jesus Mendes era mecânico electricista da CCS e da freguesia de Santa Isabel, em Lisboa. Voltou a 8 de Setembro de 1975 e morava nos Prazeres, em Lisboa, onde faleceu a 21 de Abril de 2010, de doença. RIP!

F. J. M. Madaleno

- Francisco José Matos Madaleno era soldado atirador de Cavalaria, do PELREC da CCS, e voltou a Portugal, e à Covilhã (Estrada do Cimeiro, em S. Francisco), a 8 de Setembro de 1975. Aqui vive, agora na Rua da Saudade e com uma singularidade muito particular: faz anos duas vezes. Uma, a 1 de Janeiro (dia do nascimento, em 1952); outra, a 2 de Fevereiro seguinte (dia do registo na Conservatória). Parabéns!