O alferes José Alberto Almeida, oficial de reabaste- cimentos, numa fazenda dos arredores do Quitexe. Neste caso, para compra de produtos alimentares |
Os dias de Fevereiro de 1975 iam passando, riscados no calendário da jornada africana dos Cavaleiros do Norte, sem grandes alterações nas suas rotinas: serviços internos, curtos patrulhamentos e escoltas.
«A actividade operacional manteve as características anteriores, com muitas visitas a fazendas e povos, o que levava a percorrer a rede estradal à nossa responsabilidade com elevada frequência», regista o Livro da Unidade. Actividade operacional que, recordemos, desde o dia 13 estava dependente da Zona Militar Norte (ZMN), por extinção do Comando do Sector do Uíge (CSU).
A ZMN, em Carmona (Uíge) em 2015, agora ao serviço das Forças Armadas de Angola |
Os incidentes
de Luanda
As principais atenções, a meados do mês de Fevereiro (dia 15) estavam viradas para os acontecimentos de Luanda, onde forças da Revolta do Leste (a Facção Chipenda) e do MPLA se envolveram em tiroteio - quando estas se aproximaram da delegação «chipenda» - e morreram pelo menos 20 pessoas e ainda maior número de feridos.
«Forças militares mistas, constituídas pelo Exército Português e forças do MPLA, da FNLA e da UNITA, continuam a ocupar as instalações o Grupo Chipenda», relatava o Diário de Lisboa de 15 de Fevereiro de 1975, um sábado, enquanto «forças da FNLA e da UNITA guardam o Hospital de S. Paulo, onde se encontra os feridos, entre os quais sete partidários de Chipenda». Quanto a este, desconhecia-se o paradeiro, admitindo-se que «teria já abandonado Angola».
Daniel Chipenda tinha entrado dois meses antes pela fronteira leste, com cerca de 3000 homens armados, e os seus partidários ocupavam várias instalações em Luanda. Um informador militar português, entretanto e segundo o Diário de Lisboa, «desmentiu notícias postas a circular em Luanda, de que as forças de Chipenda teriam atacado um hospital do MPLA no Luso».
João Lino Oliveira da Silva, atirador da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel. RIP!!! |
João Lino e José Leal,
23 anos em Angola!
A 16 de Fevereiro de 1975, pelos menos dois Cavaleiros do Norte festejaram 23 anos: o 1º. cabo enfermeiro José Leal e o atirador João Lino.
José Manuel do Couto Leal era da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e originário de S. Mamede de Infesta (da Rua da Fonte). Lá regressou a 9 de Setembro de 1975. Actualmente, já reformado, reside em Vila Nova de Gaia, onde amanhã festejará 65 anos. Parabéns!
João Lino Oliveira da Silva era da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, e dos Casais dos Ciprestes, em Alcanhões, Santarém. Ali regressou a 11 de Setembro de 1975. Casou e passou a morar em S. Vicente de Paul, trabalhando numa empresa de tubos PVC (a Ipetex) e depois por conta própria, como mecânico de veículos de duas rodas. A 10 de Março de 1983, apenas 3 meses depois de ter casado, faleceu vítima de um acidente num cruzamento em S. Pedro, Portela das Padeiras, na estrada entre Santarém e Rio Maior, atropelado por um camião.
Hoje o recordamos com saudade, na véspera do dia em que faria 65 anos! RIP!!!
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