Quatro furriéis Cavaleiros do Norte, ainda 1º.s cabos milicianos e em Santa Margarida: António Carlos Letras, José Louro. Victor Costa (atrás e de pé) e João António Brejo (sentado) |
O alferes miliciano João Machado na entrada de Duque de Bragança, numa excursão da 2ª. CCAV. 8423 às fa- mosas quedas de água desta vila angolana |
A mudança dos Cavaleiros do Norte da Companhia de Comando e Serviços (a CCS, do Quitexe) e da 2ª. CCAV. 8423 (a de Aldeia Viçosa) do BCAV. 8423 para Carmona, iniciada a 2 de Março de 1975, «levou à necessidade de promul-
gação de novas NEP, ou alteração das mesmas», como revela o Livro da Unidade, acrescentando que «a situação de Carmona levou à necessidade de execução de um serviço de PM nas ruas da cidade».
O 1º. cabo Augusto Mota, da 3ª. CCAV. 8423, de quem agora tivemos notícias. É empresário de panificação em Lousada |
Animosidade bem visível e bem sentida pela guarnição, que vulgarmente era ofendida na sua honra nas ruas, bares e restaurantes ou cinemas da cidade - havendo, da parte dos comandos militares, o aconselhamento rigoroso para que não reagíssemos a quaisquer provocações. E foram muitas, exageradamente muitas e muito pouco simpáticas!
A comunidade civil, insatisfeita com a evolução política do processo de independência de Angola, atirava culpas para cima da tropa, que acusava de não defender os seus interesses - fosse eles quais fossem. Era lamentavelmente muito vulgar que nos apontassem os dedos e, por exemplo, nos chamasse, cobardes e traidores. E isso nunca fomos! Como os trágicos primeiros dias de Junho desse ano de 1975 viriam a mostrar! Se tal fosse preciso! Se antes e depois a acção primária da guarnição não fosse operacionalizar a segurança da cidade, de pessoas e de bens! E de todos os equipamentos básicos: hospital, água electricidade, bens alimentares, comunicações e transportes! Tudo!
Notícia do Diário de Lisboa de 23 de Março de 1975, sobre os incidentes de Luanda, entre MPLA e FNLA |
Tiroteio em Luanda
e tropa sem intervir
A madrugada de 23 de Março de 1975, um domingo, foi tempo de «tiroteio em Luanda, entre as forças do MPLA e da FNLA». Os recontros já se tinham iniciado no dia 21 (a sexta-feira anterior) «em bairros suburbanos, provocando já 11 mortos, entre os quais se encontra(va)m dois civis».
Os dois movimentos tinham chegado a acordo, ao fim da tarde de véspera (sábado, dia 22), «no sentido de fazer recolher as suas tropas aos respectivos aquartelamentos», mas, reportava o Diário de Lisboa desse dia 23 de há 42 anos, «recomeçaram esta manhã, particularmente nos Bairros Cazenga, Marçal, Sambizanga e Vila Alice». Além disso, «houve intenso tiroteio em toda a zona suburbana, a partir da avenida do Brasil».
A tropa portuguesa não interveio, explicando o tenente-coronel Heitor Almendra, comandante do Sector de Luanda, que «os incidentes são uma questão entre os movimentos, recusando-se a intervir», o que, na opinião do DL, «poderá fazer perigar o cumprimento do Acordo do Alvor, em que Portugal também é parte interessada».
O Conselho de Defesa, presidido pelo Alto Comissário Silva Cardoso, general português, reuniu na tarde desse domingo, para se «ocupar da crise».
Victor Francisco, do PELREC, em 1974 |
Francisco, 65 anos
na Marinha Grande
O atirador de Cavalaria Francisco comemora 65 anos a 23 de Março de 2017. Precisamente hoje!
Cavaleiro do Norte do PELREC do BCAV. 8423, da CCS e do Quitexe, Victor José Ferreira Francisco - de seu nome completo - foi combatente sem medos e sempre disponível.
Francisco em 2013 |
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e fixou-se na sua terra natal da Marinha Grande, onde fez vida profissional como operário vidreiro, agora já aposentado. É para lá que vai o nosso abraço de parabéns! E com o desejo de que aos 65 se somem muitos e bons anos de vida!
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