Militares da CCAÇ. 209/RI 21, a da Fazenda do Liberato, numa progressão em picada do norte de Angola, por terras do Uíge. Revoltaram-se a 27 de Setembro de 1974 e tentaram avançar sobre o Quitexe |
O furriel José Oliveira, vagomestre, e o capitão Victor Correia (e esposa), comandante da CCAÇ. 209/RI 21, a da Fazenda Liberato |
O dia 27 de Setembro de 1974 foi dos mais difíceis e dramáticos da CCS do BCAV. 8423: o da revolta da Companhia do Liberato - a CCAÇ. 209/RI 21.
Os medos e coragens desse inquietado dia já foram suficientemente narrados neste blogue, fazendo história desse sábado de Setembro de há 44 anos, mui-
to encalorado e de muitos suores frios e temores de alma, e que tão tragicamente
Condutor Nogueira e o furriel Oliveira, à direita, em casa do furriel Viegas (ao centro), em Dezembro de 2012 |
O Livro da Unidade faz-lhe breve referência: «Em 27 de Setembro, na sequência de outros incidentes in-
ternos, processaram-se na CCAÇ. 209 graves proble-
mas disciplinares, os quais passaram ao controlo do Comando do Sector do Uíge!».
A CCAÇ. 209/RI 21, aquartelada na Fazenda do Libe-
rato, era comandada pelo capitão miliciano Victor Correia, que se fazia acompanhar da esposa, uma se-
nhora holandesa. Era formada, essencialmente, por militares do recrutamento local (angolano) e especializados no Regimento de Infantaria 21, em Nova Lis-
boa - a actual cidade do Huambo, capital da província do mesmo nome.
Os quadros de oficiais e sargentos milicianos eram principalmente militares eu-
ropeus, entre eles um amigo de escola dos furriéis milicianos Neto e Viegas, em Águeda: o José Marques de Oliveira, do Caramulo e furriel miliciano vagomestre que ao Liberato foi parar em rendição individual.
Ver AQUI
Coluna da CCAÇ. 209/RI 21 |
Comandante na Guerra
e Comando do Sector
O comandante Almeida e Brito esteve nesse dia 27 de Setembro no Comando do Sector do Uíge (CSU), logo pela manhã e para «contactos necessários ao bom andamento dos trabalhos militares», tal como já, de resto, acontecera nos dias 21, 23 e 25. Mal imagina-
ria o tenente-coronel de Cavalaria do BCAV. 8423 o que a tarde desse dificí-
limo dia traria de preocupações à guarnição operacional do Quitexe.
A 26 de Setembro, na véspera, Carlos Almeida e Brito visitara a Fazenda Guer-
ra, «em convívio de amizade» e fazendo-se acompanhar de oficiais da CCS.
Catuna Santos, o Tininho de Zalala |
Catuna de Zalala
faria 66 anos !
O soldado Catuna dos Santos, o Tininho, da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Zalala, faria 66 anos a 27 de Setembro de 2018. Terá falecido no Brasil, em data desconhecida.
Joaquim José dos Nascimento Catuna dos Santos era atirador de Cavalaria e morava em Albufeira, no Algarve, aonde regressou a 9 de Setembro de 1975, no final da sua comissão militar em Angola. Pouco mais sabemos dele, a não ser, por informação não conformada, que emigrou para o Brasil e lá faleceu, em data e circunstâncias desconhecidas.
Hoje, quando faria 66 anos, o recordamos com saudade, desejando que esteja vivo e de boa saúde!
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