Aurélio Parracho, que ontem festejou 66 anos em Figueirós dos Vinhos, com o convidado furriel João Dias |
O mês de Novembro de 1974, pelas bandas do Uíge angolano e onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, «caracterizou-se por uma acalmia não encontrada há longos anos».
O livro «História da Unidade», de que nos socorremos, sublinha que «continuando a viver-se o clima de cessar-fogo estabelecido» nele se justificava tal tranquilidade, assim como «os contactos com as autoridades» que «começaram a ser estabelecidos por parte de elementos dispersos da FNLA, agora já nas categorias elevada da sua chefatura».
Acontecia isto no Quitexe, onde se aquartelava a CCS (comandada pelo capitão António Oliveira) e o Comando do BCAV. 8423 - por estes dias de 1974 assumido pelo capitão José Paulo Falcão, a substituir o tenente-coronel Almeida e Brito, de férias em Portugal. Mas, ainda segundo o HdU, «o mesmo já vinha sucedendo em Vista Alegre», onde se mantinha a CCAÇ. 4145, comandada pelo capitão Ramiro Corte Real
A. Parracho aos 66 anos |
em Figueiró dos Vinhos !
O soldado Aurélio Patrício Parracho, atirador de Cavalaria dos Ca-
valeiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, comemorou ontem 66 anos e aqui deixámos a afectiva nota festiva.
Hoje, fomos surpreendidos, via furriel João Dias, com um telefone-
ma do próprio Parracho, precisamente na hora em que a mesa de festa familiar se regalava de bons comeres e melhores beberes em honra deste ex-combatente de Zalala. Que está de boa saúde e feliz, expectando a muito próxima passagem à situação de aposentado.
O Parracho, recordemos, é natural da Praia de Pedrogão, freguesia de Coim-
brão, concelho de Leria, mas os amores de vida «abraçaram-no» ao pequeno lugar de Casal de Santarém, onde agora vive - depois de uma peregrinação profissional, ora como pedreiro, ora como carpinteiro, por terras leirienses, por Portugal fora, pela Europa (por exemplo, na Suíça) e pelo norte de África (Argélia), entre outros países. Por ora, na Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, à espera da aposentação.
A memória de Zalala e do Uíge, por onde jornadeámos 15 meses da nossa melhor juventude, foram, por momentos emotivos, razão de palavras de afecto e de saudades. Parabéns renovados, aqui os repetimos!
Alfredo Coelho, o Buraquinho, com a sua namorada de Angola. Sua mulher e mãe dos dois filhos. Um amor para sempre! |
O 1º. cabo Coelho,
o soldado Buraquinho!Alfredo Rodrigo Ferreira Coelho foi 1º. cabo analista de águas da CCS, no Quitexe, e aqui foi alvo de uma participação do furriel Viegas, em serviço de sargento de dia, em uma tarde de um domingo de Outubro de 1974. Coisas de tropa e de RDM!
O 1º. cabo Coelho, imortalizado como Buraquinho entre os Cavaleiros do Norte, foi por isso despro-
movido e transferido para a 3ª. CCAV. 8423 - o que, na prática, fez com que nunca saísse do Quitexe, para onde foi a Companhia de Santa Isabel, a 10 de Dezembro de 1974.
A 4 de Novembro de 1974 e segundo a OS nº. 119, do BCAV. 8423, «foi solto das prisões do quartel, por terminar a pena que lhe foi imposta» - 10 dias de prisão disciplinar, depois agravada pelo Comando do Sector do Uíge (20 dias de prisão disciplinar agravada) e Comando da Zona Militar Norte (30 dias de prisão disciplinar agravada) - o que implicou a sua despromoção a soldado.
O Buraquinho assumiu o castigo sem quaisquer constrangimentos. Sempre diz, dele falando, que «não cumpri uma hora de prisão» e manteve e continua amizade muito próxima, quase íntima, com o furriel Viegas, quem dele fez participação. A vida aproximou-os, foi boa conselheira!|
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