CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 2 de abril de 2020

5 014 - Patrulhamentos mistos em Carmona, alguma tensão em Luanda!

O BC12, último aquartelamento dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 e das Forças Armadas
Portuguesas em Carmona, actual cidade do Uíge. Dali saíram, definitivamente, a 4 de Agosto de 1975.
Foto do furriel Viegas, aquando da sua passagem no Uíge, a 24 e 25 de Setembro de 2019
Cavaleiros do Norte da CCS e 3ª. CCAV. 8423, todos fur-
riéis milicianos e no Quitexe, em 1975. De pé, Fernandes, 
Graciano, um  combatente da FNLA e  Neto. Em baixo, 
Rocha, Querido e Cardoso
BCAV. 8423


Os primeiros dias de Abril de 1975, lá pela terra saudosa de Angola, em Carmona, decorriam tranquilamente, escaramuça aqui, escaramuça acolá..., nada que os Cavaleiros do Norte não resolvessem.
A guarnição do BCAV. 8423, formada pela CCS e um grupo de combate da 2ª. CCAV., já estava muito mais bem adaptada às exigências urbanas - e aos perigos que eram novidade, para quem chegava dos muitos medos das matas e das picadas de morte...
Ao tempo de há 45 anos e passado um mês desde a chegada do Quitexe, já muita coisa tinha acontecido e por estes primeiros dias abrilinos, continuavam os patrulhamentos mistos na cidade, sempre embrulhados nas desconfianças que os elementos da FNLA e do MPLA não escondiam, entre eles. Antes mostravam, faziam questão de exibir.
A pequena guarnição do BCAV. 8423 estava instalada no BC12 e cada vez mais menos chegava para as encomendas: serviços internos (que não podiam deixar de ser executados) e principalmente os patrulhamentos mistos, 24 sobre 24 horas, na cidade e, pouco depois, os acessos rodoviários, para «garantir a liberdade de circulação» de pessoas e bens. Passou a ter «patrulhamentos de longo curso», assim estão baptizados no livro «História da Unidade».
O furriel Viegas de férias em Luanda, há 45 anos,
desfrutando das areais da praia da Restinga, na ilha

Luanda calma, 
mas não tanto...

A situação em Luanda, a esse tempo e apesar das aparências, continuava mui-
to periclitante na malha suburbana, muito embora se circulasse tranquilamente pela chamada «cidade do alcatrão». 
Os furriéis milicianos Viegas e Cruz, por lá a laurear o queijo, em gozo de férias, por guerra nenhuma deram e deslocavam-se sossegadamente por qualquer lado da cidade. A cidade branca, a do alcatrão..., frequentando praias e a cosmopolita baixa, bares e restaurantes, a noite e os clubes da dita!
A única nota mais visivelmente delicada, em panfleto profusamente distribuído pelo MPLA (e não divulgado em jornais e rádios), era a da convocatória de uma manifestação para exigir a substituição do Alto-Comissário (o general Silva Cardoso) e o regresso das tropas da FNLA aos quartéis.

Jornais portugueses
proibidos em Angola

A FNLA, por sua vez e na voz do ministro Jonhy Eduardo, negava qualquer responsabilidade nos graves e sangrentos incidentes dos dias anteriores, assim como a existência de prisões e fuzilamentos dos homens do seu movimento. E apontava o dedo ao MPLA, acusando-o de «ter provocado o clima de tensão que se viveu nos últimos dias».
Novidade há 45 anos, depois da censura a jornais e rádios angolanos (não havia televisão) foi a proibição de circularem em Angola os jornais Expresso e Sempre Fixe (portugueses) e Notícias (de Lourenço Marques, actual Maputo, em Moçambique). Por lá, apenas a Emissora Oficial de Angola poderia publicitar os comunicados oficiais. As restantes, emissoras só podiam ter a emissão normal (sem os boletins noticiosos).
José Luzia, 1º.
sargento da CCS


José Luzia, 1º. sargento 
da CCS, faleceu há 3 anos! 

O 1º. sargento Luzia, chefe da secretaria da CCS dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, faleceu há precisamente 3 anos, de doença e na Amadora.
José Claudino Fernandes Luzia, de seu nome completo, era natural de Santa Vitória, freguesia da cidade e município de Beja, onde nasceu a 10 de Dezembro de 1933. Era militar de carreira - que continuou depois do regresso da Angola, a 8 de Setembro de 1975.
Atingiu a patente de sargento-mor e, já aposentado, faleceu de doença, na cidade da Amadora, onde residia. Hoje aqui o recordamos. RIP!!!
A Fazenda de Zalala

José Costa de Zalala
faria hoje 68 anos !

O soldado José Maria Soares da Costa, atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, faria 68 anos a 2 de Abril de 2020. Faleceu em 2009.
Cavaleiro do Norte de Zalala, regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, a  Bondes, lugar da freguesia de Duas Igrejas, em Vila Verde. Foi profissional da GNR e faleceu de doença, a 11 de Dezembro de 2009, aos 57 anos e quando prestava serviço no Posto de Freixo, em Ponte de Lima.
Hoje aqui o recordamos. RIP!!!

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