A 12 de Abril de 1975, há 45 anos, os furriéis Viegas e Cruz, Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423, continuavam de férias e agora em Nova Lisboa - actual Huambo.
A Páscoa tinha sido a 30 de Março e, pelo telefone, soube do furriel Neto que a vida por Carmona continuava muito igual. «Andam aí uns gajos que às vezes de se armam em espertos, mas tudo sob controle...», explicou ele, eufórico
Os furriéis José Pires (TRMS) e Francisco Neto, há 45 anos e na messe de sargentos do Bairro Montanha Pinto, em Carmona |
Os ditos «gajos espertos» eram alguns dos militantes dos movimentos emancipalistas, nomeadamente da FNLA e do MPLA - já que a UNITA tinha pouca (quase nenhuma) actividade local. Os outros dois, fosse pelo que fosse (nas nomeadamente por rivalidades mal ou não resolvidas), escaramuçavam violentamente entre eles e, de alguma forma, «adaptavam» a Carmona os incidentes que se repetiam em Luanda. E em Salazar, agora N´Datalando. E no Luso. E não só!
«Tiveram ressaca até Carmona», refere o livro «História da Unidade» - o BCAV. 8423.
Presidentes Agostinho Neto (MPLA), Holden Roberto (FNLA) e Jonas Savimbi UNITA |
Combates do Luso
entre MPLA e FNLA
O dia 12 de Abril de 1975 foi um sábado e a Nova Lisboa chegavam reflexos da luta MPLA/FNLA, neste caso no Luso, no extremo leste de Angola: «Está restabelecida da calma na cidade, onde ser deram incidentes graves na terça-feira, envolvendo forças militares do MPLA e da FNLA, que duraram cerca de 12 horas», anunciava um comunicado do Alto Comissário.
Os incidentes (no dia 8), ainda segundo o mesmo comunicado, provocaram um morto civil e vários feridos militares e civis, para além de «prejuízos materiais de certa monta em alguns edifícios da cidade».
A FNLA, a partir de Kinshasa e referindo-se à Bélgica e Holanda, advertiu os seus governos contra «qualquer política» em Angola e questionou Agostinho Neto, presidente do MPLA, por ter dito que o MPLA contava, a partir de então, com «o apoio de organizações políticas» daqueles dois países naquilo a que chamou «luta contra os elementos contra-revolucionários», visando a FNLA - segundo versão da própria FNLA.
O presidente da UNITA, Jonas Savimbi, do seu lado, estava a esse tempo em Londres e lá se afirmava confiante no futuro de Angola, por exemplo rejeitando «a possibilidade de uma guerra civil depois da o independência».
Admitiu que os então recentes incidentes entre MPLA e FNLA «haviam
causado ansiedade fora do país», mas acrescentou que «os recontros tinham sido esporádicos» e que «a vida quotidiana em Angola vai voltar à normalidade».
Joaquim Rodrigues, TRMS de A. Viçosa |
Carlos Costa, TRMS de Zalala |
Cavaleiros do Norte de
Zalala e Aldeia Viçosa
A 12 de Abril de 1974, há precisamente 46 anos, apresentaram-se em Santa Margarida e no RC4 mais 2 futuros Cavaleiros do Norte, ambos de transmissões e transferidos do Regimento de Infantaria nº. 1 (RI 1), de Queluz, «por terem sido nomeados para servir no Ultramar e no BCAV. 8423». Os seguintes:
- Carlos Alberto dos Santos Costa, para a 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Zalala. Soldado ao tempo residente na Avenida 24 de Julho, em Santos-o-Velho, freguesia da cidade de Lisboa.
- Joaquim António de Almeida Rodrigues, para a 2ª. CCAV. 8423, a da vila de Aldeia Viçosa. Soldado de Transmissões de Infantaria natural e residente na freguesia de Camarate, concelho de Loures.
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