CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

5 178 - A chegada a Portugal dos Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423 !

Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, todos milicianos: capitão José Paulo
Fernandes e os alferes Pedrosa de Oliveira, Carlos Silva, Mário Simões e Honório Campos (médico) 
Furriéis milicianos da 3ª. CCAV. 8423, da Fazenda Santa
Isabel: Alcides Ricardo, António Fernandes, Agostinho
Belo e António Flora

Os Cavaleiros do Norte da 3ª. C CAV. 8423 foram os últimos a chegar a Portugal, depois da jornada africana o Uíge angolano. Há precisamente 45 anos: 11 de Setembro de 1975.
A subunidades tinha sido a última a partir de Lisboa, a 5 de Junho de 1974, chegando à Fazenda Santa Isabel seis dias depois (a 11) e no regresso houve atraso horário na partida de Luanda. 
Comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes, foi também a última Companhia portuguesa a aquartelar-se na saudosa vila do Quitexe, de onde definitivamente e saiu a 8 de Julho de 1975. A rotação começara no dia 1, quando, para Carmona, rodou um grupo de combate.
A capital do Uíge foi espaço dos seus últimos tempos angolanos, de lá saindo a 4 de Agosto de 1975, na epopeica coluna militar que, de acordo dom o livro «História da Unidade», «juntou cerca de 700 viaturas com milhares de desalojados que procuravam o refúgio protector nas NT - os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
Notícia do Diário de Lisboa de há 42 anos

Notícias de Carmona,
a praça forte da FNLA

O dia 11 coincidiu com notícias de Carmona, de onde os Cavaleiros do Norte tinha saído no referido 4 de Agosto. 
O Uíge e o Zaire, províncias nortenhas de Angola, continuavam a ser as praças fortes da FNLA de Holden Roberto (entretanto obrigada a sair do Caxito) e o MPLA de Agostinho Neto estava a 100 quilómetros da cidade deCarmona. 
«O MPLA definiu dois objectivos prioritários: expulsar o seu adversário de Ambriz (a ocidente) e Carmona (a leste). A relativa facilidade com que tomou Caxito - foi coisa de poucas horas - avivou o optimismo do MPLA», noticiava do Diário de Lisboa desse 12 de Setembro de 1975.
O MPLA, nessa altura e como já aqui recordámos, ocupava 12 das 16 províncias de Angola - incluindo Luanda. A UNITA controlava a área de Nova Lisboa (Huambo) e Silva Porto. A FNLA «dominava sobretudo o extremo norte do país», as províncias do Zaire e Uíge. 
Outra frente de combate do MPLA (para além do avanço sobre Carmona e Ambriz) era Nova Lisboa, de onde pretendia «desalojar a UNITA»,  a partir de Sá da Bandeira. Dois dias antes, quarta-feira, já tomara Caconda - a meio caminho entre as duas cidades.
O furriel miliciano Francisco
Bento e o sapador Albino
 Dias, no encontro da CCS
de 2019
Albino Dias no 
Quitexe em 1974

Sapador Albino Dias,
68 anos em O. Azeméis

O soldado sapador Albino Marques Dias festeja 68 anos a 12 de Setembro de 2020.
Cavaleiro do Norte da CCS, integrou o pelotão do alferes miliciano Jaime Ribeiro e é natural de Loureiro, em Oliveira de Azeméis. Sofria de ataques epilépticos e foi evacuado do Quitexe em Fevereiro de 1975, para o Hospital do Negage e a caminho do Hospital Militar de Luanda. Regressou a Portugal a 26 de Fevereiro de 1975 e vive na sua terra natal, já aposentado há 7 anos e depois de ter sido funcionário da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis. 
Participou no encontro da CCS em 2019, o seu primeiro. «Nunca pensei ver esta malta toda, tantos anos depois... já são mais de 40», comentou ele, citando o 1º. cabo Miguel Teixeira, escriturário que com ele «andou» pela messe de oficiais do Quitexe. «Conheceu-me logo, até sabia o meu nome...».
Trabalhou na Câmara de Oliveira de Azeméis e, agora já aposentado, mora na mesma freguesia de Loureiro, para onde vai o nosso abraço de parabéns!. 



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