A avenida do Quitexe, na saída para Camabatela. À esquerda, vê-se o edifício do Comando (com roupa a secar) e o espaço da porta d´armas do quartel, antes da casa cor de laranja |
Os Cavaleiros do Norte da Companhia de Comando e Serviços (CCS) do Batalhão de Cavalaria 8423 (BCAV. 8423) deixaram a vila do Quitexe a 2 de Março de 1975.
Um domingo de há precisamente 47 anos e rodando para o BC12, aquartelamento da então Carmona - a actual cidade do Uíge, capital da província angolana do mesmo nome.
Foi o dia do adeus!
O momento desse dia foi quase nostálgico, seguramente muito emotivo, na altura deixando para trás uma terra que nos recebera em Junho anterior e da qual levávamos um coração já cheio de saudades! E pouco importa, agora, fazer memória dos momentos de desventura, de medos e de riscos que foram aos 9 meses em que, galgando os trilhos e as matas uíjanas, nas escoltas e nos patrulhamentos que são memória desse tempo, sempre arriscando a vida, nos entregámos à missão que a Angola nos levou. Nisso temos honra!
A azáfama começara nas vésperas deste dia de deus: a preparação da coluna militar, o carregamento de haveres, a mobilização de tarefas para que a rotação fosse feita tranquilamente. Tudo como devia ser. Por lá ainda iria ficar a 3ª. CCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte da Fazenda Santa Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo de Oliveira Fernandes - que de lá rodou, também para Carmona, a 8 de Julho de 1975.
Foi o dia do adeus!
O momento desse dia foi quase nostálgico, seguramente muito emotivo, na altura deixando para trás uma terra que nos recebera em Junho anterior e da qual levávamos um coração já cheio de saudades! E pouco importa, agora, fazer memória dos momentos de desventura, de medos e de riscos que foram aos 9 meses em que, galgando os trilhos e as matas uíjanas, nas escoltas e nos patrulhamentos que são memória desse tempo, sempre arriscando a vida, nos entregámos à missão que a Angola nos levou. Nisso temos honra!
A azáfama começara nas vésperas deste dia de deus: a preparação da coluna militar, o carregamento de haveres, a mobilização de tarefas para que a rotação fosse feita tranquilamente. Tudo como devia ser. Por lá ainda iria ficar a 3ª. CCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte da Fazenda Santa Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo de Oliveira Fernandes - que de lá rodou, também para Carmona, a 8 de Julho de 1975.
Os furriéis milicianos Farinha (falecido), Neto e Viegas, com o inesquecível «engraxador» Agostinho Papélino |
Agostinho Papélino |
O último olhar, o do
adeus ao Quitexe!
A manhã desse domingo e em cima de uma Berliet, na avenida principal do Quitexe, à frente da messe de oficiais, foi tempo d o último olhar para a vila, da igreja ao parque-auto, ao posto 5 que se via à entrada, do lado de Luanda, ás messes, à administração civil e às casas «militarizadas», os bares e restaurantes, a enfermaria e o bar dos soldados.
A manhã desse domingo e em cima de uma Berliet, na avenida principal do Quitexe, à frente da messe de oficiais, foi tempo d o último olhar para a vila, da igreja ao parque-auto, ao posto 5 que se via à entrada, do lado de Luanda, ás messes, à administração civil e às casas «militarizadas», os bares e restaurantes, a enfermaria e o bar dos soldados.
E olhar o olhar triste do Papélino, o adolescente/criança engraxador que fazia as nossas delícias e tanto queria vir para Portugal. Escondeu-se de nós, atrás de uma enorme bananeira da xitaca, espreitando de olhos grandes por entre as folhas gigantes que tapavam os cachos.
Alguns civis, olhavam-nos com alguma ironia, até com desdém, diríamos, e rodavam outros avenida acima, avenida abaixo, buzinando e como que escarnecendo de nós. Ainda hoje penso que nem sonhavam o que seria o seu futuro próximo. A hora de marcha chegou e nesse momento senti que um dia voltaria ao Quitexe. E voltei! A 24 e 25 de Setembro de 2019!
Alguns civis, olhavam-nos com alguma ironia, até com desdém, diríamos, e rodavam outros avenida acima, avenida abaixo, buzinando e como que escarnecendo de nós. Ainda hoje penso que nem sonhavam o que seria o seu futuro próximo. A hora de marcha chegou e nesse momento senti que um dia voltaria ao Quitexe. E voltei! A 24 e 25 de Setembro de 2019!
Capelão José Almeida
faleceu há 27 anos !
O alferes capelão José Ferreira de Almeida, alferes miliciano dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, faria 78 anos a 13 de Julho de 2022, mas faleceu, de doença cancerosa, a 2 de Março de 1995, aos 50 anos e quando era professor em Viseu.
Natural de Vila, freguesia de Silvã de Cima, no Sátão, a nasceu a 13 de Julho de 1944, filho do segundo casamento de Firmino Seixas de Almeida, viúvo, e de Maria do Carmo Ferreira. Foi ordenado sacerdote a 23 de Julho de 1967, aos 22 anos e por D. José Pedro da Silva, ao tempo Bispo de Viseu.
Oficial miliciano, foi capelão militar de várias unidades que serviram no norte de Angola e, a partir de Junho de 1974, do BCAV. 8423, sediado no Quitexe, até Dezembro do mesmo ano, quando, em final de comissão, regressou a Portugal. Pouco depois abandonou o sacerdócio e casou. Hoje o recordamos com saudade. RIP!! - Ver AQUI
Natural de Vila, freguesia de Silvã de Cima, no Sátão, a nasceu a 13 de Julho de 1944, filho do segundo casamento de Firmino Seixas de Almeida, viúvo, e de Maria do Carmo Ferreira. Foi ordenado sacerdote a 23 de Julho de 1967, aos 22 anos e por D. José Pedro da Silva, ao tempo Bispo de Viseu.
Oficial miliciano, foi capelão militar de várias unidades que serviram no norte de Angola e, a partir de Junho de 1974, do BCAV. 8423, sediado no Quitexe, até Dezembro do mesmo ano, quando, em final de comissão, regressou a Portugal. Pouco depois abandonou o sacerdócio e casou. Hoje o recordamos com saudade. RIP!! - Ver AQUI
Jorge Capela, alferes miliciano (1974) |
Jorge Capela em 2017 |
Capela, alferes de Aldeia
Viçosa, 70 anos em Oeiras
O alferes Jorge Manuel de Jesus Capela, atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423, festeja 70 anos a 2 de Março de 2022.
Oficial miliciano dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975 e fixou-se em Lisboa, na Rua Fernão de Magalhães - a sua residência desse tempo revolucionário que «incendiava» Portugal.
Profissionalmente, é técnico oficial de contas e participante sempre activo e bem presente nos encontros anuais dos «aldeia-viçosas». Infelizmente, interrompidos pela COVID 19. Vive e trabalha em Oeiras, de onde agora acabámos de falar com ele, relatando-nos a história do filho Pedro que, pela China e Índia, tem andado em missão de promoção desportiva na área do futebol.
Para lá e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!
Florêncio, atirador do PELREC
da CCS, 70 anos no Sardoal !
A. Florêncio em 1974/75 |
A. Florêncio em 2009 |
Florêncio, atirador do PELREC
da CCS, 70 anos no Sardoal !
O soldado Augusto Florêncio foi atirador de Cavalaria da CCS do BCAV. 8423, a do Quitexe, e festeja 70 anos a 2 de Março de 2022.
Cavaleiro do Norte do PELREC e militar muito discreto e disciplinado, regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) jornada africana do Uíge angolano, a Monte Cimeiro, freguesia de Santiago de Montalegre, no Sardoal. Trabalhou na área da construção civil e, com vários problemas de saúde (ao nível da coluna), já está aposentado e vive no Sardoal, para onde vai o nosso abraço de parabéns!
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