CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 24 de maio de 2022

5 812 - Almeida e Brito, o não «maçarico» comandante do BCAV. 8423, no Quitexe uíjano!

O então major Almeida e Brito, à esquerda e em 1968,
com o tenente-coronel António Amaral, comandante
 do BCAÇ. 4211, que os Cavaleiros do Norte iam
(e foram) substituir.


O tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, comandante do BCAV. 8423, não era «maçarico» no Quitexe, quando por lá foi Cavaleiro do Norte, entre 6 de Junho de 1974 e 2 de Março de 1975, e então rodámos para Carmona, para o BC12, e lá ficou a 3ª. CCAV., a de Santa Isabel. 
Na verdade e historicamente, já bem conhecia a região pois por lá fora major de operações - o que sabíamos, ao tempo, mas sem conhecer pormenores.
A foto, tirada do blogue de José César, mostra-o nas funções de 1968. Chegou ao Quitexe, em rendição individual, a 24 de Janeiro e de lá saiu a 17 de Dezembro, integrando o Batalhão de Cavalaria 1917. 
É o oficial da esquerda e note-se o imprescindível pingalim de cavalaria, como tantas vezes o vimos no Quitexe e Carmona, como antes em Santa Margarida. Ao centro, está o tenente coronel António Amaral, comandante do BCAV.1917; e, à direita, o comandante da CCAÇ. 1306. Quero acreditar que a imagem é da fazendo do Liberato, guarnição que integrava a zona de acção militar do Quitexe.
O (já) general 
Almeida e Brito

O comandante que
chegou a general !

Carlos Almeida e Brito não era oficial de meias palavras, ou indecisões. Por vezes, até era excessivamente imperativo no agir, seja isso virtude ou defeito.
Dúvidas, não há: era respeitado e admirado.
E era justo! Dele se contavam lendas da anterior passagem pelo chão quitexano! E dele nos falavam civis locais e combatentes da FNLA, citando-o com o militar de coragem, sem tibiezas, decidido, audaz e descomprometido.
Partilhei muitos momentos com ele, depois de 1975 - quando foi 2º. comandante da Região Militar Centro, em Coimbra, onde foi adjunto do general Pires Tavares, que é de Águeda (minha terra); quando comandou a Região Militar Sul, em Évora; quando foi 2º. comandante geral da GNR e a ele recorri por uma hora menos boa de companheiro que seguiu carreira profissional nas Brigadas de Trânsito.
Participou nos encontros da CCS e do batalhão, quando melhor conhecemos a face mais humana do militar que não teve hesitações nos duros dias dos meses finais de Carmona. Quantos de nós deveremos a vida à sua competência e capacidade de decisão?! Nunca saberemos! Mas é seguro que, nos momentos mais dramáticos e trágicos, tivemos à altura quem nos comandasse.
Manuel A. Nunes

A morte do sapador
Nunes, o Amarante!

O soldado Manuel Augusto Nunes, o Amarante, faleceu há 22 anos, vítima de doença - a 24 de Maio de 2000.
Sapador de infantaria de especialidade militar e popularmente conhecido pelo nome da sua cidade natal (Amarante, era o Amarante...), integrou o Pelotão de Sapadores da CCS dos Cavaleiros do Norte, comandado pelo alferes miliciano Jaime Ribeiro - dele sendo um dos mais irreverentes e contestatários companheiros da nossa jornada africana do Uíge angolano.
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e fixou-se no lugar de Estradinha, em Telões (Amarante), de onde era natural. Sabemos que se consorciou com uma senhora relativamente mais velha e que não teve filhos. Morreu de doença, aos 48 anos - que tinha feito a 6 de Fevereiro de 1952.
Recordamo-lo com saudade, fazendo memória de um companheiro da nossa jornada africana de Angola. RIP!!!
José Nunes,
o Valetas


Nunes, o Valetas de Zalala,
faleceu em Castelo Branco!

O soldado Valetas era o José Gonçalves Nunes, por terras angolanas de Aldeia Viçosa, no nortenho Uíge, popularizado por aquele epíteto.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar e elemento da 1ª. CCAV. 8423, faleceu a 24 de Maio de 2018. Há exactamente 4 anos!
Cavaleiro do Norte de Zalala, e depois de Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, integrou o 4º. Grupo de Combate, comandado pelo alferes miliciano Lains dos Santos, e regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, à sua natal terra de Lendiscais, freguesia de Castelo Branco, onde nasceu a 10 de Junho de 1952.
A vida levou-o até terras de França, onde muitos anos esteve emigrado, e sabemos que, profissionalmente, foi operador de máquinas, casado e com dois filhos - um casal.
Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

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