A 25 de Maio de 1974, antevéspera da minha saída de casa para Angola, fui de comboio até Águeda, fazer despedidas. Havia um grupo da escola e do trabalho que se juntava por lá, nas raias da feira/mercado, e se atirava ao fim da manhã a umas valentes feijoadas, e dobradas, e era mor meu dizer adeus ao grupo. Afinal, ia para a guerra...
Por lá andei, no fala com este e aquele, até que passei no (extinto) Grémio da Lavoura, onde, acaloradamente, decorria uma reunião da agricultores, com o objectivo (para mim evidente) de o extinguir.
O 25 de Abril vinha de vésperas, a febre revolucionária levedava fartamente e demitir dirigentes de qualquer instituição ligada ao Estado Novo era «pão nosso de todos os dia». Por coincidência, três dos oradores eram conhecidos próximos (um deles, era até meu familiar, e outro um ex-professor...) e de tal foram exaltavam argumentos, que fiquei estupefacto. Demitir a direcção e eleger outra, era objectivo primário!
Bom, deixei-me da reunião (ou plenário) e fui de passo apressado para a tasca onde fervia a dobrada, na cova funda do Café Moderno.
Já no Quitexe, fiquei a saber, por jornal de 22 de Junho, que, feitas as eleições, a direcção do Grémio continuou direcção, que, afinal e já desde 1961, havia já uma cooperativa - dona do edifício e de todas as instalações, de resto «adquiridas a expensas exclusivas dos seus sócios e os da Cooperativa, sem qualquer subsídio do Estado, não obstante ter sido solicitado». Tinha a Cooperativa «cerca de 5000 sócios» e cerca de 7000 contos de transacções anuais, dando «sempre contas dos seus actos, aos sócios, perante o conselho geral, e aos sócios da cooperativa».
E o que é que isto tem a ver com os Cavaleiros do Norte?, perguntarão. Nada. Ou tudo. Por mim, foi a forma de começar a conhecer (no plenário de mais de duas centenas de pessoas e, entre elas, muitos não agricultores infiltrados) como a democracia dava os primeiros passos. Por alguma razão nunca quis andar por essas paradas!
Foto da net.
Por lá andei, no fala com este e aquele, até que passei no (extinto) Grémio da Lavoura, onde, acaloradamente, decorria uma reunião da agricultores, com o objectivo (para mim evidente) de o extinguir.
O 25 de Abril vinha de vésperas, a febre revolucionária levedava fartamente e demitir dirigentes de qualquer instituição ligada ao Estado Novo era «pão nosso de todos os dia». Por coincidência, três dos oradores eram conhecidos próximos (um deles, era até meu familiar, e outro um ex-professor...) e de tal foram exaltavam argumentos, que fiquei estupefacto. Demitir a direcção e eleger outra, era objectivo primário!
Bom, deixei-me da reunião (ou plenário) e fui de passo apressado para a tasca onde fervia a dobrada, na cova funda do Café Moderno.
Já no Quitexe, fiquei a saber, por jornal de 22 de Junho, que, feitas as eleições, a direcção do Grémio continuou direcção, que, afinal e já desde 1961, havia já uma cooperativa - dona do edifício e de todas as instalações, de resto «adquiridas a expensas exclusivas dos seus sócios e os da Cooperativa, sem qualquer subsídio do Estado, não obstante ter sido solicitado». Tinha a Cooperativa «cerca de 5000 sócios» e cerca de 7000 contos de transacções anuais, dando «sempre contas dos seus actos, aos sócios, perante o conselho geral, e aos sócios da cooperativa».
E o que é que isto tem a ver com os Cavaleiros do Norte?, perguntarão. Nada. Ou tudo. Por mim, foi a forma de começar a conhecer (no plenário de mais de duas centenas de pessoas e, entre elas, muitos não agricultores infiltrados) como a democracia dava os primeiros passos. Por alguma razão nunca quis andar por essas paradas!
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