Parada do Quitexe (em cima). Agostinho Neto e Lúcio Lara (em baixo)
A 20 de Janeiro de 1975, o dia, pelo Quitexe, foi vivido e sentido com a expectativa natural de quem queria saber (muitas mais) notícias sobre o processo de descolonização.
O Silvestre, soldado de informações de infantaria e atirador de cavalaria, meu companheiro do PELREC, fazia 23 anos e beberam-se umas boas «cucas» na caserna do pelotão - em ambiente de festa e saudade.
Agostinho Neto, em Lisboa, visitou o Hospital de Santa Marta, onde tinha sido médico em 1962/61. Vestiu bata branca para passar por enfermarias e serviços, aplaudido por muitos doentes que o reconheceram. «Vou-me embora amanhã, mas vou em muito melhores condições que há 14 anos», disse o presidente do MPLA - que ao outro dia partiria para Luanda. Ainda visitou as sedes do PCP e do PS, sempre acompanhado por Lúcio Lara, Paulo Jorge, Iko Carreira e Carlos Rocha.
Reforçou a ideia da «ligação entre os diversos movimentos de libertação, até que se dê a libertação dos respectivos países, de qualquer ideia de colonialismo ou neo-colonialismo, que espreitam abertura para se reinstalarem, como acontece a alguns dos maiores países africanos».
Também visitou a Casa de Angola, onde foi recebido por militantes do MPLA, do PAIGC, da FRELIMO e do MLSTP.
«É este o momento preciso para reafirmar as normas de uma luta ideológica, que sirva o povo, que sirva Angola, que sirva África, que, numa palavra, sirva o Mundo», disse Agostinho Neto, aqui acompanhado por Paulo Jorge, Dilowo, Iko Carreira, Maria do Carmo Medina, Maria Café e Lúcio Lara, do Comité Político e do Comité Central do MPLA.
- SILVESTRE. Ezequiel Maria Silvestre, 1º. cabo de reconhecimento de infantaria (atirador), do PELREC. Aposentado, mora na Amora.
- MPLA. Movimento Popular de Libertação de Angola.
- PAIGC. Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde.
- FRELIMO. Frente de Libertação de Moçambique.
- MLSTP. Movimento de Libertação de S. Tomé e Príncipe.
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