Luanda, o icónico largo da Mutamba (foto de Jorge Oliveira).
Em baixo, Agostinho Neto (MPLA) e o almirante Rosa Coutinho (net)
Os dias de Luanda, há 39 anos, lá se iam passando, envolvendo vários encontros e refeições com conterrâneos civis e amigos, que por lá governavam a vida: os três irmãos Resende (José Bernardino, Manuel e Albano), as famílias do Mário, da Cândida, do Zé Martinho, do Neca Reis, o Victor e o João Martins, o Aníbal, o Carlos Alberto Santiago, com quem me ia encontrando, como se houvesse um plano pré-definido, uma escala.
Seguro, era achar-me com o Alberto Ferreira, o cabo especialista da Força Aérea que todos os dias se desembaraçava da base por volta das 5 horas da tarde. E lá íamos nós para a boa-vai-ela!!!
A 7 de Abril de 1975, soube-se, lá pela baixa e no mata-bicho da Portugália, em conversa com Rebelo Carvalheira, jornalista d´O Província de Angola, que a véspera tinha sido de fogo, nos bairros sub-urbanos. «Novos incidentes, embora pouco numerosos, pelo que ainda é de tensão o ambiente da capital», releio agora, na imprensa desse dia.
Avizinhava-se a visita de uma delegação da ONU, e outra da OUA, para, em conjunto, «investigar os distúrbios que ameaçam a transferência pacífica para a independência, em Novembro próximo». Até essa data, ao que se dizia, já tinham morrido mais de 200 pessoas nos combates entre o MPLA e a FNLA.
Agostinho Neto, na véspera, inaugurara a sede do Comité de Acção 4 de Fevereiro, na Duque de Ávila, em Lisboa - onde chegara depois de uma visita diplomática à Holanda e Bélgica, onde angariou «apoio dos partidos progressistas». Na capital portuguesa, ia avistar-se com o presidente Costa Gomes e os ministros Melo Antunes e Almeida Santos. A 6 de Abril (de 1975) avistara-se em longa conversa com Rosa Coutinho.
Sem comentários:
Enviar um comentário