CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

3 013 - Incidentes em Aldeia Viçosa e assalto à Emissora Oficial

Homens da FNLA em Aldeia Viçosa, a  26 de Janeiro de 1975. Foto de António 
Carlos Letras (furriel). Em baixo, notícia do assalto à Emissora Oficial de Angola



Domingo, 26 de Janeiro de 1975, Já lá vão 40 anos. Aldeia Viçosa, onde se aquartela a 2ª.- CCAV. 8423, a do capitão miliciano José Manuel Cruz, acorda tranquila e, para o dia, está prevista a abertura da Delegação da FNLA.
O movimento de Holden Roberto era «maioritário» no Quitexe, mas em Aldeia Viçosa e Vista Alegre, dividia popularidade com o MPLA. «Os movimentos emancipalistas continuam as suas actividades de politização, verificando-se que a área do Quitexe é quási na íntegra da FNLA, enquanto que nas áreas de Aldeia Viçosa e Vista Alegre se verifica uma mesclagem deste movimento com o MPLA, o que tem dado azo a situações de algum atrito entre eles», relata o Livro da Unidade.
«O mais grave - acrescenta o mesmo LU - terá sido em 26 de Janeiro (...), quando os movimentos pretenderam fazer um comício conjunto, mas no qual não conseguiram entendimento, o que deu origem à intervenção das NT, em situação apaziguadora, que se conseguiu».
Menos pacíficas iam as coisas por Luanda, onde a FNLA, a 25 de Janeiro, tomou de assalto a Emissora Oficial de Angola, (EOA), a  pretexto de não ter sido lido um comunicado, com «graves acusações ao Governo Provisório e à Junta Governativa de Angola». A ordem de não leitura fôra do comandante Correia Jesuíno, o Secretário de Estado da Comunicação Social.
A força armada da FNLA era pessoalmente comandada por Hendrik Vaal Neto, destruiu parte das instalações e agrediu o locutor de serviço. António Cardoso, sub-chefe de redacção da EOA e militante do MPLA, foi raptado na sua residência, de madrugada, e era acusado de «não ser mais que um nó de uma vasta rede anti-FNLA, à qual pertence, como ele próprio declara» - justificava o movimento de Holden Roberto.
A situação provocou fortes reacções (nomeadamente do MPLA) e o ambiente na capital era «tenso, mas a libertação provável» - a de Cardoso. Rosa Coutinho, acabado de chegar de Lisboa, deu conta de contactos nesse sentido, «entre o Governo Provisório e a FNLA e os outros movimentos».

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