CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

3 647 - O dia 20 de Janeiro de 1975 e as eleições da Constituinte

Cavaleiros do Norte do PELREC. Atrás, Ferreira (de garrafa na mão), 1º. cabo Almeida (falecido a
 28/02/2009, em Penamacor e de doença) e três sapadores. Depois, em círculo e a partir da esquerda, 
NN (de bigode), Francisco (mãos cruzadas), Madaleno e Florêncio (de bigode), Aurélio (Barbeiro, 
à frente de Florêncio, pousado na mesa), Messejano (f. a 27/11/2009, em Lisboa e de doença), 1º.s cabos
(ambos de bigode) Soares e Vicente (f. a 21/01/1997, de doença e em Vila Moreira, Alcanede), Leal (f. a
 18/06/2007, de doença e em Pombal), 1º. cabo  José Cordeiro (de bigode), Domingues e alferes António 
Garcia (f. a 02/11/1979, de acidente). Sublinhado, o 1º. cabo Ezequiel Maria Silvestre, que hoje
 faz 65 anos, na Sobreda, em Almada. À direita dele, Marcos e NN


Ezequiel Silvestre, atirador do PELREC, rodeado por
Luciano Gomes e Victor Vieira, todos eles 1º. cabos da
CCS dos Cavaleiros do Norte, aqui no Quitexe
Quitexe, 20 de Janeiro de 1975! Há precisamente 42 anos!!! Era segunda-fera e, de Portugal chegou a notícia de que o MFA assegurava a realização das primeiras eleições do pós 25 de Abril. 
O dia, por outras razões, era particularmente emotivo para mim: minha mãe fazia 54 anos (hoje, celebra 96!!!) e era a primeira vez que estava distante dela. Mais e mais grave: estava em cenário de guerra, o que lh´enlutava a alma, por muito que lhe dissesse, escrevendo regularmente, que estava tudo bem - no que ela não acreditava minimamente! 
Ezequiel Silvestre, à direita, com o con-
dutor Vicente Alves, em Dezembro de
 2016. Dois Cavaleiros do Norte, aqui
na Cova da Piedade
«Isso é o que tu dizes!..., mas não é o quer por cá se conta!!!...», comentava ela, sempre que, de cá para lá e em aerogramas, m´enviava os seus recados e conselhos, dando troco às minhas notícias e mandando-me outras, do seu dia-a-dia, da família e da nossa aldeia natal. E do que, de mais trágico ou grave e perigosos, ia ouvindo sobre o que se passava em Angola. Outras vezes - e muitas, valha a verdade!!!!... - perguntando por familiares e conterrâneos que estavam radicados na imensa Angola e de lá, por isto ou aquilo, não davam sinal de vida.

Eleições em Abril,
para a Constituinte

As primeiras eleições e «a necessidade de uma legislação revolucionária» foram temas fortes que levaram o Conselho dos Vinte (o Conselho Superior da MFA) a reunir em Lisboa, confirmando que «assegurará a realização e a legitimidade das eleições para a Assembleia Constituinte, condenando as acções que, de qualquer modo, ponham em dúvida ou em causa a sua realização».
A Armada, por sua vez, reuniu 900 oficiais em plenário, na Escola Naval, e confirmou «confiança e apoio à Comissão Coordenadora do Programa do MFA, ao Conselho Superior da MFA e às Comissões Coordenadoras dos três ramos das Forças Armadas».
Ezequiel Maria Silvestre
em 1974 e por Angola

Ezequiel, 1º. cabo,
festejou 23 anos!

O dia foi de aniversário (o 23º.) do 1º. cabo Ezequiel Silvestre, do PELREC, certamente bem molhado a cerveja angolana, que era bem leve e refrescante.
Ezequiel Maria Silvestre era especialista em Reconhecimento e Informação e integrava o PELREC. Foi, pois, companheiro de muitas operações, escoltas e patrulhas pelo chão africano do Uíge.
Regressou a Portugal e ao (seu) Laranjeiro, em Almada, fazendo vida profissional na área da construção civil, de que entretanto se aposentou. Faz agora «uns biscates» e mora na Sobreda, em Almada, para onde segue o nosso abraço de parabéns pelos 65 anos que hoje completa.

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