CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

4 896 - O processo de descolonização e o Governo de Transição de Angola!

Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a Companhia do BCAV. 8423 de Aldeia Viçosa, no encontro 
de Setembro de 2019, na Póvoa do Varzim. O furriel Guedes é o terceiro, de pé e a contar da direita
As instalações da 2ª. CCAV. 8423, em Aldeia Viçosa.
O edifício azul, à esquerda, é agora a esquadra
da Polícia Nacional de Angola
A 2ª. CCAV. 8423


Os primeiros dias de Dezembro de 1974, com várias rotações à vista na ZA dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423  e um carrossel de notícias e dúvidas que ao Quitexe chegavam sobre o processo de descolonização, foram vividos na «paz dos anjos« (passe o termo, dizemos nós...), sem escoltas, sem patrulhas, sem operações militares.
Os grupos de mesclagem, gradualmente e por todo o mês fora, foram passando à situação de licença registada (disponibilidade) e o esforço (de resto aumentado) das tropas metropolitanas acentuou-se, assim, nos serviços de ordem. O que nada fácil era, exigindo grandes sacrifícios, quiçá mais sensíveis que as operações desencadeadas na matas uíjanas.
Sobrava tempo, algum tempo e mesmo assim, para outras actividades. E algumas eram, no âmbito da planificação de acção psicológica do BCAV. Já aqui falámos de cinema (entre 4 e 18 de Dezembro), mas o futebol foi outra das atracções do mês. 
«Realizaram-se desafios entre as subunidades», anotou o livro «História da Unidade». E seriam «épicos», pela rivalidade (sã) entre as Companhias dos Cavaleiros do Norte. E também com equipas da comunidade civil.
«Descolonização de Angola | Optimismo  do MPLA», noticiava
o Diário de Lisboa de 6 de Dezembro de 1974. Há 45 anos!

Processo de descolonização
e Governo de Transição !

O dia 6 de Dezembro de 1974, há precisamente 45 anos, era sexta-feira e, em Luanda, Lúcio Lara, chefe da Delegação do MPLA, denunciou «a existência de um Movimento Democrático para a Divisão de Angola».
O dirigente do movimento de Agostinho Neto falava numa conferência de imprensa e nela (citada pelo Diário de Lisboa) referiu o aparecimento de elementos divisionistas, pretensamente pertencentes ao MPLA, apresentando aos jornalistas um indivíduo de nome Ikuma Imuene, que pretendia trabalhar  na mobilização de massas na Lunda». Descobriu-se, disse Lúcio Lara, que, afinal, pertencia ao tal Movimento Democrático para a Divisão de Angola.
O MPLA, porém e ao tempo, segundo Lúcio Lara, estava optimista relativamente «a esta fase do processo de descolonização, até à constituição do Governo de Transição», sublinhando que esse estado de espírito se devia «ao facto de a calma estar a regressar ao país».
Furriéis de Aldeia Viçosa: Matos,
Guedes e Melo (de pé), Letras, Go-
mes e Cruz, Angola, em 1974/75
António Artur
Guedes (2015)

Furriel Guedes em
internamento hospitalar

O furriel miliciano Guedes, da 2ª. CCAV. 8423,  foi vítima de um AVC e foi hoje internado no Hospital dos Lusíadas.
António Artur César Monteiro Guedes foi atirador de Cavalaria dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa e, regressado a Portugal, fez carreira profissional nas Brigadas de Trânsito da GNR, atingindo a patente de sargento-mor.
Natural de Silvestre, pequena povoação da freguesia de Moura Morta, no concelho de Peso da Régua, radicou-se em Foros de Salvaterra, município de Salvaterra de Magos, onde, já aposentado, prosseguiu a sua vida activa nas áreas da agro-pecuária e da segurança.
O que desejamos, todos os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, é que, rapidamente e bem, o António Artur Guedes recupere deste momento menos bom e continue super-forte (como sempre) e como grande animador dos encontros anuais dos «aldeias-viçosa». 
Grande abraço, ó ganda Guedes! Tudo de bom para ti !!! Cá te esperamos para a próxima! És dos bons e dos fortes, nós sabemos!

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