CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

4 900 - A morte do Capitão Falcão! Funeral amanhã, em Coimbra!

Consoada de Natal de 1974, no Quitexe. Da esquerda para a direita, furriel Reino, comandante Almeida
e Brito, soldado clarim Armando Silva e capitão José Paulo Falcão, que hoje faleceu em Coimbra - onde
amanhã, às 15 horas, se realizará o funeral , do Mosteiro de Celas para o Cemitério da Conchada. RIP!!!
O comandante Almeida e Brito e o capitão José
Paulo Falcão no encontro do BCAV. 8423 de 1995
José Paulo Facão
Oficial de Cavalaria

O capitão José Paulo Falcão, oficial de operações e interino comandante do BCAV. 8423,  faleceu esta noite em Coimbra, aos 77 anos!
José Paulo Montenegro Mendonça Falcão foi oficial de Cavalaria e, no BCAV. 8423, cumpria a sua terceira comissão de serviço, a segunda em Angola - por onde jornadeara como alferes, em 1967. Passou por Timor, já como capitão e entre 1970 e 1972 e foi Cavaleiro do Norte em 1974 e 1975.
Regressado a Portugal, continuou a carreira militar e comandou a Polícia Militar (no Porto e em Coimbra), seguiu para Santa Margarida e foi 2º. comandante do Regimento de Cavalaria de Braga. Seguiu para Estremoz, esteve em Lisboa e, finalmente, em Coimbra - onde reside. Passou à reserva em 1996, aos 54 anos e já como tenente-coronel. «Já se sentia doente e cansado» - como nos disse a sua esposa, Maria do Carmo Gaivão - que extremosamente dele sempre cuidou.
Participou no encontro dos Cavaleiros do Norte que, em Águeda, se realizou a 9 de Setembro de 1995, e no do ano seguinte, em Pombal.
Vários AVC´s levaram a que, a partir de 2009, a sua saúde se fragilizasse muito, ficando dependente de cuidados permanentes.
Maria do Carmo Gaivão - o amor maior da sua vida, mãe do seu casal de filhos -, confidenciou-nos, por várias vezes, que se «encontra(va) muito doente», acamado na sua casa de Coimbra.
Faleceu na noite de ontem para hoje (9 de Dezembro de 2019) e o seu funeral sairá amanhã do Mosteiro de Celas, em Coimbra, às 15 horas,  para o Cemitério da Conchada, na mesma cidade.
Os capitães José Diogo Themudo e José Paulo Falcão
 com o alferes miliciano João Machado na varanda
interior do BC12, em Carmona, ano de 1975
  
Oficial de Cavalaria
competente e distinto!

José Paulo Montenegro Mendonça Falcão nasceu a 17 de Julho de 1942 e primava pela discrição, quase sempre de pingalim batendo a perna e sorrindo para toda a gente, garboso, distinto, um verdadeiro oficial de Cavalaria! 

Inspirava confiança e respeito, entre toda a guarnição dos Cavaleiros do Norte, desde os tempos de formação, em Santa Margarida,e por toda a jornada africana do Uíge angolano.
E sabemos que era oficial competentíssimo, de elevada preparação militar e comprovada competência profissional, metódico, rigoroso e tecnicamente preparado, sem deixar escapar uma vírgula, ou um ponto, a qualquer planeamento operacional - fosse qual ele fosse, o mais perigoso ou o aparentemente mais tranquilo.
Dele recebemos directamente algumas ordens de operação e o mais claro desses momentos era a clareza e precisão com que nos esclarecia as tarefas que nos esperavam nas horas seguintes. O encorajamento que nos inspirava.
Militar e homem de trato fino e sereno, ponderado e leal, sempre mostrou qualidades morais que inspiraram confiança e respeito, entre a guarnição dos Cavaleiros do Norte, nomeadamente dos hierarquicamente  inferiores.
José Paulo Monte-
negro M. Falcão

Louvor militar
ao Capitão Falcão

Outubro de 1974 foi tempo para chegar ao Quitexe o louvor ao capitão José Paulo Montenegro Mendonça Falcão, atribuído pelo general comandante da Região Militar de Coimbra, por proposta do comandante do CICA 4, destacando virtudes militares como «muito boas qualidades de comando», nomeadamente como «comandante de instruendos e obtendo, com a sua acção, os melhores resultados na formação dos condutores na fase básica da sua instrução».
O louvor destaca que «apesar das actuais vicissitudes, que as circunstâncias de guerra impõem, o capitão Falcão manteve na sua Companhia um muito ele-
vado espírito de dedicação à instrução, que se tornou característico da Com-
panhia». Foi publicado na Ordem se Serviço nº. 109, do BCAV. 8423, e destaca também que «muito disciplinado, disciplinador e muito discreto na sua acção de Comando, muito leal e dedicado, foi um preciosíssimo auxiliar do Comando, pelo muito mérito que revelou».

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