CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 8 de dezembro de 2019

4 898 - Memórias do 8 de Dezembro de 1974, pelas terras do Uíge!

A Igreja de Santa Maria de Deus do Quitexe. Imagem de 24 de Setembro de 2019,  mais de 44 anos
 depois da saída dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 desta vila no nortenho Uíge angolano. O
templo, com se vê, está muito bem conservado
A Missão do Quitexe, onde sacerdotou o Padre Albino
Capela. Mesmo ao lado da Igreja de Santa Maria de Deus
O padre Capela
em baptizado de
 Elisabete Rei

A 8 de Dezembro de 1974, curiosamente um domingo e um feriado nacional, como hoje e hoje se fazem 45 anos (o tempo voa, voa!...), foi dia de «ir à missa» da pequena Igreja da Mãe de Deus do Quitexe, onde ao tempo sacerdotava o padre Albino Capela, da 
O furriel Viegas na entrada da
 Igreja do Quitexe, vendo-se vá-
rias das placas com nomes dos
mortos de 1961
Ordem dos Frades Menores Capuchinhos - da Missão que ficava mesmo ao lado. E do quartel do BCAV. 8423. 
O povo do Quitexe, de qualquer cor, era maioritariamente católico e, por isso, não surpreendia a sua  participação na celebração, a que se associavam muitos militares. Desse dia, e do tempo depois do final da Missa, por lá fiquei (assim que esvaziou) em alguns momentos de recolhimento pessoal, cerrando os olhos e imaginando-me na Igreja de Santo Adrião de Óis da Ribeira, a minha terra natal - mesmo aqui ao lado e na qual fui baptizado e onde cresci e aprendi os ensinamentos da catequese.
Recordo uma foto (não desse dia), em que apareço sentado nas escadas da entrada principal do templo e em que se vêem, na fachada, algumas das
Cassetes com algumas das
 memórias angolanas do
 furriel miliciano Viegas,
dos anos de 1974 e 1975
placas de mármore com nomes de muitas das vítimas mortais dos trágicos incidentes de 1961.

Leituras e sons
da torre sineira

A tarde desse dia de há 45 anos, que vivi muito nostálgico - vá lá saber-se porquê!... -, foi tempo de (re)leituras no meu quarto (e do Neto, já regressado de férias) e de audição, repetida, da cassete que tinha levado daqui, com os repeniques e sinais de chamada da torre sineira da minha aldeia - que eu mesmo gravara e tocando-os eu mesmo. 
Foram momentos intensamente sentidos, diria que emocionados e emocionantes. Reflectivos e grávidos de saudade do meu chão natal e das gente do meu sangue e amizade mas próximas.
Era domingo, mas dia de correio militar - que o 1º. cabo Rodolfo Tomás sempre ia buscar a Carmona, chegado de Lisboa por via aérea e principalmente através do SPM - o Serviço Postal Militar. Recebi o jornal da terra e devorei as notícias. As notícias e os anúncios, da primeira à última página. A leitura era um consolo de alma, um retemperar de entusiasmos!
Os Cavaleiros do Norte de Santa Isabel, os da 3ª. CCAV. 8423, continuavam a sua operação de mudança para o Quitexe. Iam abandonar a mítica fazenda - aquartelada por NT desde o início da guerra colonial, em 1961.
António A. Guedes

Furriel António Guedes
continua internado !

O (furriel miliciano) António Artur Guedes continua internado no Hospital dos Lusíadas, em Lisboa, na sequência do AVC que sofreu a 6 de Dezembro de 2019.
«Está estável, mas afectado a nível motor, do lado direito», disse-nos Pedro Guedes, o filho (militar da GNR), acrescentando que está «algo combalido» mas que «ele é dos duros».
Ainda sem previsão de alta médica, continua internado no Hospital dos Lusíadas e para lá, para ele!!!, vai o nosso grande abraço, amigo e solidário, de todos os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
Força, pá!!! Já resististe a outras, és mesmo dos fortes!
José M. Beato,
actual, em 2018
O 1º. cabo José Maria
Beato em 1974/75...


Beato, 1º. cabo de Aldeia 
Viçosa, 67 anos em Valongo !

O 1º. cabo José Maria Pedrosa de Pinho Beato, da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, festeja 67 anos a 9 de Dezembro de 2019.
Cavaleiro do Norte rádio-telegrafista, foi louvado pelo «elevado interesse e dedicação postos nos seus serviços da sua especialidade, com o que conseguiu tornear as dificuldades por vezes encontradas, quer devido ao muito uso do material, quer devido às condições em que era obrigado a operar».
O louvor foi publicado na ordem de serviço nº. 170 e sublinha ainda que foi «cumpridor, disciplinado, consciente das responsabilidade das suas funções».
Regressou ao seu Porto natal a 10 de Setembro de 1975 e agora, aposentado e regular colaborador deste blogue, mora  em Valongo, para onde vai o nosso abraço de parabéns!

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