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| Furriéis Neto e Viegas, Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423 |
Há 50 anos, o dia 7 de Setembro de 1975 foi um domingo, como hoje, e véspera de a CCS do BCAV. 8423 regressar a Portugal.
O voo estava marcado para a manhã do dia seguinte e os jovens Cavaleiros do Norte continuavam aquartelados nas degradadas instalações do extinto Batalhão de Intendência de Angola (BIA), no campo Militar do Grafanil.
As instruções eram lineares: não sair do Grafanil e, saindo, só com autorização própria. Específica. Foi caso dos furriéis milicianos Neto e Viegas, que foram a Luanda, à avenida D. João II, para entregar o carro da FRAL (Ferragens Reunidas de Águeda), empresa da Família Neto - que ao tempo construía uma fábrica em Viana, cidade dos arredores, logo depois do Grafanil.
A fome do final desse último domingo e dia de Angola, sem cozinha no ex-BIA, foi morta com uma fornada de pastéis e garrafões de vinho branco, oferecidos por um civil que era familiar de um Cavaleiro do Norte.
Os Cavaleiros do Norte da CCS, divertidos e expectantes, também ansiosos, estavam a poucas horas de voar para Lisboa, ao encontro das suas terras e dos seus cheiros, dos seus familiares e amigos. Iriam sair do Grafanil às 5 horas da manhã. E saíram.
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| Refugiados de Angola no aeroporto de Luanda em 1975 (foto da net) |
Protestos no aeroporto e
familiares por «achar»...
A cidade de Luanda, pelo que nos foi dado a perceber na deslocação para entregar o carro à FRAL, estava calma, não se notando quaisquer incidentes. Isso mesmo observámos na última passagem pela baixa, pela Portugália, o Amazonas e o Baleizão, o Pólo Norte - antes do rápido almoço na Floresta, frango de churrasco e umas valentes bazookas.
Os únicos protestos conhecidos, foram quando passámos pelo aeroporto, na última e falhada tentativa do furriel Viegas achar alguns familiares e amigos que supostamente lá estariam, nomeadamente os que residiam em Nova Lisboa - os irmãos Viegas (Manuel, Aníbal e José), as Famílias Neves Polido e Marques Miranda - e na Gabela (as famílias Tavares Neves, Anacleto Melo e Clemente Pinheiro).
Queixavam-se os refugiados da diminuição das viagens aéreas de evacuação para Lisboa. Muitos deles manifestavam-se ansiosos e desesperados, contestando a redução de voos, que aparentemente se devia a «motivos operacionais». Eram, no geral, homens idosos, mulheres e crianças.
Há 50 anos!!! O tempo voou!...



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