Jesuíno Pinto, José Gomes, António Carlos Letras e Amorim Martins, furriéis e
Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. Em baixo,
Santos e Castro e Holden Roberto (FNLA) no Ambriz, em 1975
Há 39 anos, terça-feira como hoje e 23 de Setembro (mas de 1975), confirmava-se a tomada do Caxito, pela FNLA e, segundo a imprensa da época, era expectável uma próxima confrontação com o MPLA, ou por aquelas bandas, ou na Barra do Dande, importante nó rodoviário no acesso a Luanda. Por alguma razão os dois movimentos ali terçavam armas e sangue. Por algum motivo por lá se continuavam a registar movimentações dos exércitos dos dois partidos. Dali fôra expulsa a FNLA, a 6 de Setembro, e ali voltara, a 20 - duas semanas depois.
A situação, vista de Portugal, era sentida com emoção, pelos Cavaleiros do Norte - quase todos em férias de adaptação física e mental, aos novos ares da república e aos novos patronos da política.
"Mudaram as moscas...", dizia Horácio Marçal, governador Cvil de Aveiro nos dias de Abril de 1974, os que fizeram revolução, que por esses dias de Setembro de 1975 reencontrei no antigo Café Moderno, na baixa de Águeda.
A reconquista do Caxito era crucial para o MPLA, que tinha sofrido pesado revés, aparentemente apanhado de surpresa pela ofensiva do ELNA, que se dizia ser comandado pelo coronel Santos e Castro, um oficial português fora das fileiras. O directório do movimento de Agostinho Neto, em Luanda e aparentemente, não manifestava grande preocupação - classificando a perda do Caxito como "um mero desaire". Mas a verdade é que, com a FNLA a 53 quilómetos da capital, tinha de se precaver e concentrar forças, para defender Luanda.
O MPLA, segundo a imprensa da época, estava forçado a alterar a sua estratégia militar, pois a perda de Caxito tinha "interrompido" o seu caminho para a conquista de Ambriz e Carmona. Rumores, em Luanda, davam conta que as FAPLA ´s, "poderiam ser pressionadas pelas forças comandadas por Santos e Castro", alegadamente através da via Malange, Salazar e Catete - esta localidade já bem perto de Luanda, depois do Grafanil e de Viana.
Lisboa tinha novidades: era o dia do primeiro Conselho de Ministros de Pinheiro de Azevedo e 250 000 metalúrgicos anunciavam uma greve de aviso (estranha designação, para o nosso conhecimento da época...) para entre as 10 e as 11 horas de 24 de Setembro. O Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, afecto à CGTP, questionava o Ministério (olhem que novidade!!!...) e o da Agricultura respondia a exigências do trabalhadores alentejanos. Pois!!!... Os deficientes da Forças Armadas, em luta, ocuparam as portagens da Ponte 25 de Abril, que primeiramente se chamou Salazar Foi isto, há 39 anos!!!
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