CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 8 de novembro de 2014

2 931 - O abandono do Liberato e as vésperas da independência

A esposa (holandesa) e o capitão Victor, comandante da CCAÇ, 209, a do Liberato, com 
o furriel José Oliveira (segundo, a contar da direita) e dois outros militares. Em baixo, 
monumento no quartel do Liberato. Mais abaixo, Costa e Oliveira, rodeando Viegas (2012)



A 8 de Novembro de 1974, hoje se fazem 40 anos, a Companhia de Caçadores 209 começou a abandonar a Fazenda Liberato, operação que terminou no dia seguinte. Estava em marcha o plano de extinção de unidades militares.
A CCAÇ. 209 era essencialmente formada por militares angolanos, com as chefias, porém, maioritariamente europeias. Tinha sido mobilizada pelo RI21, de Nova Lisboa, e era comandado pelo capitão Victor (na foto, à civil e ao lado da esposa, uma senhora holandesa). Capitão Victor que tivera promoções rápidas, de alferes a tenente e logo a capitão miliciano, muito popular por ser, segundo me lembrou o Zé Oliveira, vocalista de um famoso grupo musical. Era algarvio.
O Oliveira não se lembra de quando, e porquê, mas o capitão Victor substituiu um outro capitão no comando da BCAÇ. 209 - o capitão Baracho, do QP. Outro oficial miliciano era o alferes Sereno, que o Oliveira diz ser de Águeda, mas de quem não temos mais pormenores.
O Oliveira era furriel vagomestre e foi meu companheiro de turma, na Escola Industrial e Comercial de Águeda, e ainda hoje meu amigo - por cá conhecido como Zé Marques, do Caramulo. Era, pois, lá chamado de Oliveira e não tivemos a sorte de nos encontrarmos, nas duas, três vezes que fui ao Liberato e das várias que ele foi ao Quitexe. Só há poucos anos descobrimos essa coincidência.
Liberato ficou na história mais épica dos Cavaleiros do Norte pois foi a companhia que, semanas antes, em finais de Setembro de 1974, se revoltou e avançou para o Quitexe - situação que este blogue já amplamente narrou.
Um ano depois, em vésperas de independência, sabia-se que a bandeira portuguesa seria arreada pela última vez às 18 horas de 10 de Novembro. Estávamos a dois dias. A cerimónia teria presença do Alto Comissário, o almirante Leonel Cardoso, e os militares portugueses seguiriam logo a seguir para o navio Niassa, para a viagem de regresso a Lisboa. As últimas 24 horas, relata(va) o Diário de Lisboa, «não assinalaram combates de vulto».
 Ver  «A revoltado Liberato»
Ver «O Zé Oliveira da Compamhia do Liberato»

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