Zalala na Póvoa do Lanhoso: o casal Horácio Carneiro, Mota Viana,
Famalicão,
Pinto, Barreto, Rodrigues e Queirós. Em baixo, o Rodrigues, há 40 anos,
em Vista Alegre (Angola), com combatentes da FNLA
Pinto, Barreto, Rodrigues e Queirós. Em baixo, o Rodrigues, há 40 anos,
em Vista Alegre (Angola), com combatentes da FNLA
Há 40 anos, faziam-se vésperas da saída dos Cavaleiros do Norte de Zalala - os da 1ª. CCAV. 8423 -, para Vista Alegre e Ponte do Dange - no âmbito do plano de rotação do batalhão, que apontava para o abandono das posições não urbanas. Pois bem, 40 anos depois, alguns zalala´s juntaram-se pelas bandas da Póvoa do Lanhoso, para «bater» um cozido à portuguesa.
O Rodrigues, que por lá (Angola) jornadeou, é quem nos da conta da «operação», que o juntou com o Horácio Carneiro, o Mota Viana, o Famalicão, o Pinto, o Barreto e o Queirós, a bebericar o tinto da região, tradicionalmente servido em tijela.
Conta o Ropdrigues, lá ido direitinho de Famalicão, que «foram umas boas horas de serviço para dar cabo da dura tarefa em que todos se empenharam, cada um na sua especialidade, com as recordações de Zalala, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona».
«Depois destes anos todos, o convívio é sempre possível», rematou.
Não se lembraram, obviamente, mas há 40 anos, precisamente, preparavam-se eles para rumar a Vista Alegre e Ponte do Dange, deixando Zalala. E muito menos que o ambiente luandino foi agravado, a 17 de Novembro de 1974, com a prisão de duas figuras conhecidas: os empresários Corte Real (gerente da Sorel) e Fernandes Vieira, figuras relevantes da economia angolana e «despachados» para Lisboa, às ordens de Rosa Coutinho, o Alto Comissário. Eram acusados de «sabotagem económica, visando instalar o caos económico em Angola», como reportrou o Diário de Lisboa.
A conferência de imprensa foi convocada de urgência, para o princípio da noite de faz hoje 40 anos, e Rosa Coutinho comentou que «isto tinha de ser feito e foi feito para evitar o agravamento da situação». Os suspeitos iam ser interrogados em Lisboa e por Luanda especulava-se sobre uma tentativa de «um golpe de força ou simplesmente tactear a situação», da parte de forças que se identificavam com a FUA e o PCDA - que, e citamos o Diário de Losboa, «teria como objectivo preparar emocionalmemnte a opinião pública para um golpe de força».
Ao tempo, havia vários partidos angolanos. De memória e para além do PCDA e da FUA, recordo a FLEC (Frente de Libertação do Enclave de Cabinda, que operava militarmente pela independência daquele território), o MOPUA (Movimento Popular de Unidade Angolana), a UNA (Unidade Nacional de Angola) e a FRA (Frente de Resistência Angpolana). Talvez outros!
- FUA. Frente Unida de Angola.
- PCDA. Partido Cristão-Democrata de Angola.
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