CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 10 de dezembro de 2016

3 606 - O adeus a Santa Isabel e os 19 anos da fundação do MPLA!

A Fazenda Santa Isabel onde os Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423 chegaram a 11 de Junho (na imagem) e de onde saíram a 10 de Dezembro de 1974.  Ali foi a última guarnição militar portuguesa 

Militares da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, em
 momento de leitura especializada: José Eusébio, furriel
José Carvalho, alferes Mário Simões e António Caroço

A 10 de Dezembro de 1974, uma terça-feira, a 3ª. CCAV. 8423 disse o adeus definitivo à mítica Fazenda de Santa Isabel, encerrando uma presença militar que vinha já desde 1961. Era comandada pelo capitão miliciano José Paulo de Oliveira Fernandes e aquartelou-se no Quitexe, dividindo instalações com a CCS.
«Continuando a mutação do dispositivo militar, em 10 de Dezembro ficou instalada no Quitexe a 3ª. CCAV.. abandonando-se Santa Isabel», historia o Livro da Unidade.
Furriéis milicianos da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa
 Isabel: António Flora, Agostinho Belo, António
 Fernandes e Alcides Ricardo
Angola, nesse mesmo dia, assinalava os 18 anos da fundação do MPLA, em Luanda. Luanda onde, a essa data de há 42 anos, «a situação é (era) calma» e o aniversário do movimento de Agostinho Neto justificava «uma edição especial da rádio». E mais actividades: nos bairros populares foram «projectados filmes sobre a luta da independência conduzida pelo MPLA» e a juventude do partido «organiza(ou) uma exposição fotográfica».Para o dia 14, estava previsto «um comício no estádio de S. Paulo, durante o qual falará António Jacinto».
A luta armada do MPLA, contra o chamado colonialismo português, iniciou-se a 4 de Fevereiro de 1961, com o assalto às cadeias de Luanda, onde, na sua versão, «estavam detidos diversos patriotas».
Os furriéis Belo, Rabiço, Querido, Victor Guedes (que
 se apresentou no RC4 há precisamente 43 anos e fale-
ceu a 16/04/1998, em Lisboa e de doença) e Fernandes

Furriel Victor Guedes
no RC4 há 43 anos


O dia 10 de Dezembro mas de 1973 foi o da apresentação, em Santa Margarida e no RC4, do futuro furriel miliciano Victor Mateus Ribeiro Guedes, de armamento pesado e futuro quadro da 3ª. CCAV. 8423. Ido do Centro de Instrução de Condução Auto 3 (CICA 3), em Elvas.
Ordem de Serviço 295, do RC4 (1973)  com a
 apresentação do (furriel) Victor Guedes
O Victor Guedes vinha do CICA 3 «por ter sido nomeado para servir no ultramar» e, segundo a Ordem de Serviço nº. 295 desse mesmo dia, chegou ao ao campo Militar de Santa Margarida ao princípio da tarde, apresentando-se no RC4 às 15,30 horas, «com destino à 3ª. CCAV. 8423/BVAV. 8423».
O furriel Victor Guedes foi um bom companheiro da nossa jornada africana de Angola. Já tal fora no Portugal metropolitano (como então se dizia), durante a formação do Batalhão, sempre muito discreto mas sempre presente.
Regressou a Portugal e radicou-se em S. Sebastião da Pedreira, na Travessa dos Remédios, em Lisboa - onde já residia. Infelizmente, e por motivo de doença, faleceu a 16 de Abril de 1998.
Aqui e hoje o recordamos com saudade. RIP!!!
O 1º. sargento José Luzia, ladeado pelos furriéis
milicianos Monteiro (a esquerda) e Viegas, no bar
de sargentos do Quitexe. Hoje, festeja 83 anos!

Sargento José Luzia,
41 anos no Quitexe

O dia 10 de Dezembro, em 1974, foi tempo de festa de aniversário do 1º. sargento Luzia, que era o chefe da secretaria da CCS. Festejou 41 anos.
José Claudino Fernandes Luzia regressou a Portugal e prosseguiu a sua carreira militar, aposentando-se como sargento-mor, em 1987 - quando estava no Regimento de Lanceiros, em Lisboa e na Polícia Militar. Antes e como sargento-chefe, esteve em Braga.
A missão que cumpriu em terras de Angola valeu-lhe louvor pelos «serviços prestados» e que «merecem ser realçados e destacados», nomeadamente pela «maior lealdade, aprumo e correcção e serviços da maior responsabilidade que exerceu, sempre se manifestando excepcionalmente competente e trabalhador».
Actualmente, mora na Reboleira (Amadora) e hoje, por ironia do destino mas «muito bem disposto», como fez questão de frisar, está internado no Hospital Militar, em Lisboa, onde comemorará os 83 anos. 
«Estou bem, muito bem, à espera da família e do bolo para de tarde festejar...», disse-nos, esta manhã, o agora sargento-mor José Luzia. Parabéns!

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