Os furriéis milicianos Joaquim Abrantes, Cândido Pires e Viegas na Aldeia do Talambanza, encostadinha ao Quitexe, a caminho de Carmona e em finais do ano de 1974 |
Já lá vão 48 anos!
Terá sido numa destas aldeias (a memória já não lembra tudo) que pela primeira vez vimos mulheres negras de peitos nus, o que nos encheu os olhos e a alma de desejos. Éramos rapazes novos, insaciados e muito carenciados. O que para aquela gente era muito natural, era para nós cousa bem diferente. Adiante.
A reunião era uma das muitas que então se faziam, com os povos indígenas,
Terá sido numa destas aldeias (a memória já não lembra tudo) que pela primeira vez vimos mulheres negras de peitos nus, o que nos encheu os olhos e a alma de desejos. Éramos rapazes novos, insaciados e muito carenciados. O que para aquela gente era muito natural, era para nós cousa bem diferente. Adiante.
A reunião era uma das muitas que então se faziam, com os povos indígenas,
O Quitexe e localidade próximas |
Já com mais de um mês do Quitexe e algumas operações, patrulhamentos e escoltas no nosso diário de guerra, a terra angolana ainda era para nós um mistério e todos os dias uma surpresa. E também um medo, que sobrevoava nas memórias, recordando a terra vermelha e ensaguentada pelos massacres de 1961, que nós tão bem víramos em imagens de homens esquartejados, serrados e incendiados, mulheres e crianças violadas, bens destruídos e sabe-se lá o que mais, emergido a (e depois de) 15 de Março.
E era nessas terras que estávamos, armados, em missão deferente, de paz!, mas sujeitos aos perigos de uma guerra subversiva e de inimigo que não mostrava a cara.
Citamos o jornalista e escritor José Freire Antunes, sobre os incidentes de Março de 1961, de 15 a 18, e no seu livro «A guerra de África - 1961 - 1974»: «O Norte de Angola é avassalado por uma onda de brutalidade tribal, assassínios em massa, incêndios, destruição e rapina de haveres, violações de mulheres e crianças. Os tumultos espalham-se às plantações de café isoladas, aos postos de abastecimento e às vias de transporte».
Era nessa terra, mas 13 anos depois e já depois da revolução de 25 de Abril de 1974, que os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 faziam o se «debute» de guerra. Há precisamente 88 anos!
Citamos o jornalista e escritor José Freire Antunes, sobre os incidentes de Março de 1961, de 15 a 18, e no seu livro «A guerra de África - 1961 - 1974»: «O Norte de Angola é avassalado por uma onda de brutalidade tribal, assassínios em massa, incêndios, destruição e rapina de haveres, violações de mulheres e crianças. Os tumultos espalham-se às plantações de café isoladas, aos postos de abastecimento e às vias de transporte».
Era nessa terra, mas 13 anos depois e já depois da revolução de 25 de Abril de 1974, que os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 faziam o se «debute» de guerra. Há precisamente 88 anos!
Éramos jovens e já estamos no ano dos nossos 70 anos!
Pais, 1º. cabo rádio-montador,
festeja 70 anos em Peniche
O 1º. cabo António Correia Lourenço Pais, da CCS do BCAV. 8423, no Quitexe, faz 70 anos a 10 de Julho de 2022.
Cavaleiro do Norte rádio-montador de especialidade militar, também passou por Carmona (e pelo BC 12) e é natural de Travassós de Baixo, povoação da freguesia de Rio de Loba, em Viseu. Foi lá que regressou a 8 de Setembro de 1975 - quando terminou a sua (e nossa) comissão angolana, pelos nortenhos chãos do Uíge.
Electricista e picheleiro de profissão, por lá viveu até à aposentação - quando se mudou para Atouguia da Baleia, em Peniche. É para lá, e para ele, que vai o nosso abraço de parabéns, embrulhado no desejo de muitos mais e bons anos de vida.
festeja 70 anos em Peniche
O 1º. cabo António Correia Lourenço Pais, da CCS do BCAV. 8423, no Quitexe, faz 70 anos a 10 de Julho de 2022.
Cavaleiro do Norte rádio-montador de especialidade militar, também passou por Carmona (e pelo BC 12) e é natural de Travassós de Baixo, povoação da freguesia de Rio de Loba, em Viseu. Foi lá que regressou a 8 de Setembro de 1975 - quando terminou a sua (e nossa) comissão angolana, pelos nortenhos chãos do Uíge.
Electricista e picheleiro de profissão, por lá viveu até à aposentação - quando se mudou para Atouguia da Baleia, em Peniche. É para lá, e para ele, que vai o nosso abraço de parabéns, embrulhado no desejo de muitos mais e bons anos de vida.
Soares, 1º. cabo do PELREC,
faria 70 anos. Faleceu em 2018!
O 1º. cabo Fernando Manuel Soares, da CCS do BCAV. 8423, faria 70 anos a 10 de Julho de 2022. Faleceu em 2018.
Especialista de Reconhecimento e Informação, integrou o PELREC do Quitexe e do alferes miliciano António Garcia e, na prática, foi atirador de Cavalaria por toda a jornada africana do norte de Angola, de onde regressou a 8 de Setembro de 1975, fixando-se na Cova da Piedade. Profissionalmente, continuou a trabalhar nos estaleiros e mais tarde fixou-se no Laranjeiro. Enviuvou há alguns anos e com um filho emigrado na Suíça, aposentou-se a morava no Laranjeiro, concelho de Almada - onde algumas vezes o achámos. Um problema canceroso apressou a sua morte, que aconteceu por volta de Março/Abril de 2018.
Não conseguimos saber a data exacta, mas hoje o recordamos com saudade. RIP!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário