Futebol no Quitexe, a equipa da CCS: Grácio, Gomes, Miguel Teixeira, Botelho,
Miguel Peres, Gaiteiro e Soares (de pé), Teixeira (pintor?), Mosteias, Lopes,
Monteiro e Teixeira (estofador). O Canhoto, em baixo
Miguel Peres, Gaiteiro e Soares (de pé), Teixeira (pintor?), Mosteias, Lopes,
Monteiro e Teixeira (estofador). O Canhoto, em baixo
Os dias de Fevereiro de 1975 lá se iam passando pelo Quitexe, também com futebol à mistura. Jogavam pelotões contra pelotões, Companhias contra Companhias e até militares com civis - nestes casos com muito «rachar de lenha» à mistura.
O melhor que recordo de um desses muitos jogos (em que alinhei a defesa central, o lugar da minha formação futebolística) foi de o Alípio Canhoto me ter emprestado umas botas e de ter como adversário directo um possante civil, com rótulo de craque e fama de marcador de golos, que me deu baba pela barba mas que exemplarmente «sequei», não sem levar e dar uma valentes pantufadas.
A história foi-me lembrada pelo Canhoto, que vive em Belmonte (de onde é natural) e lá trabalha numas bombas de gasolina. «Pedi-as ao meu irmão, para você jogar...», recordou-me ele.
Irmão era, o José, atirador de cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel - ambos, como se vê, Cavaleiros do Norte, embora de Companhias diferentes (juntas a partir de 10 de Dezembro, no Quitexe).
O processo de descolonização clontinuava, entretanto, com os três movimentos a tentarem mobilizar a população para os seus ideários. Mas vivia um outro problema, particularmente o MPLA: a Facção Chipenda, que tinha sido expulsa de Luanda (pelo mesmo MPLA).
Miguel Nzau Puna, da UNITA, falando em Cabinda, não punha objecções à integração do grupo no seu movimento. Ou mesmo na FNLA. Esta, na voz do presidente Holden Roberto, dava conta que «as dissidências deixaram de ser um problema do MPLA, para se transformarem num problema nacional». Disse também que «o problema deve ser resolvido de forma fraterna e através do diálogo» e anunciou-se disposto «a fazer diligências pessoais nesse sentido».
- CANHOTO. Alípio Canhoto Pereira, soldado
condutor da CCS, residente em Belmonte.
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