CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 1 de abril de 2017

3 718 - Cavaleiros sem rotação no Uíge, FNLA contra a tropa portuguesa!

Cavaleiros do Norte de Zalala: o furriel Joaquim Rodrigues e os soldados
 Manuel Amaral, o Bolinhas (encoberto) e João Gonçalves (o Bigodes, ou o
Cigano), no tempo da jornada africana do Uíge angolano
Cavaleiros do Norte de Zalala, mas aqui já em Vista Alegre
e Ponte do Dange: o alferes Pedro Rosa, ladeado pelos fur-
riéis Manuel Pinto (à esquerda) de João Aldeagas


O mês de Abril de 1975 começou na expectativa, da parte dos Cavaleiros do Norte, de que «se realizaria o programa de continuação da remodelação do dispositivo militar».
A 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Zalala e comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias, continuava em Vista Alegre e Ponte do Dange, e parte da 2ª. CCAV. 8423, a do capitão miliciano José Manuel Cruz, continuava em Aldeia Viçosa, com a restante em Carmona e no BC12. 
O capitão José Manuel Cruz, de Aldeia Viçosa, ladeado pelos
 alferes João Machado (à esquerda) e Jorge Capela
A rotação dos Cavaleiros do Norte continuava por fazer, nomeadamente porque «as indicações dadas pelos  movimentos emancipalistas, resultantes do abandono de determinadas instalações militares, levou-nos a ter que aguardar que se resolvesses a alto nível as questões pendentes inerente a esse abandono», historia o Livro da Unidade, que foi integralmente escrito pelo Comandante Carlos Almeida e Brito e encerrado a 31 de Agosto de 1975. Os dactilógrafos, já agora (e para não serem esquecidos da memória) foram os 1ºs. cabos escriturários Emanuel Miranda dos Santos (da Gafanha da Boa Hora, em Vagos, mas actualmente emigrado nos Estados Unidos) e Diogo Augusto das Neves Viana (morador em Valbom, Gondomar), com compilação apoiada por todo o pessoal da Secção de Operações do Batalhão de Cavalaria 8423.
O Diário de Lisboa de 1 de Abril de
1975 noticiava que «a FNLA acusa
as Forças Armadas Portuguesas»

FNLA contra as Forças
Armadas Portuguesas

Luanda, no primeiro dia desse Abril de há 42 anos, acordou «calma e  tranquila». «Esta manhã, crianças e jovens bancos dirigiam-se calmamente para as esco-
las e liceus. Quando percorri a pé a «cidade do asfal-
to», parecia ser normal o reinício das almas», reporta-
va José António Salvador, o enviado especial do Diário de Lisboa, sublinhando que «foi esta a tónica de Luanda, onde se respira uma certa serenidade» - isto, depois dos incidentes dos dias anteriores.
O tiroteio da véspera, na Avenida do Brasil, não passara, afinal, de «um pequeno incidente» e a UNITA, mantendo o seu estatuto de «neutral» (relati-
vamente a tais incidentes) mas, armada de G3, «prossegue(ia) a sua intensa colaboração com as Forças Armadas Portuguesas, na manutenção da ordem».
Forças Armadas Portuguesas que eram «veladamente criticadas» pela FNLA, por ter impedido, no Ambriz, o avanço de uma sua coluna (do ELNA, o seu braço armado) «em direcção a Luanda»
O jornal diário «Liberdade e Terra», órgão oficial da FNLA e na edição desse dia 1 de Abril de 1975,  frisava ser «preciso logicamente recordar que foram as Forças Armadas Portuguesa o suporte de 45 anos de fascismo em Portugal e de 14 anos de guerra nas colónias portuguesas». E frisava que «não aceitaremos qualquer partidarismo no processo de descolonização», sublinhando ainda que «a revolução destinada a restituir ao povo do seu país as liberdades fundamentais e de levar a  reconhecer  o direito das colónias à independência, absolve-as de muita coisa mas não necessariamente à olvidação completa dos 14 anos anteriores ao 25 de Abril».
Foi para esta Luanda que, há 42 precisamente anos, partiram de férias os furriéis milicianos Cruz e Viegas, ambos Cavaleiros do Norte da CCS, do Quitexe mas a esse tempo já em Carmona.
O 1º. cabo Victor
Cunha em 1975

Cunha, enfermeiro de Zalala,
65 anos em Coimbra

O 1º. cabo enfermeiro Cunha, da 1ª. CCAV. 8423, a da fazenda Zalala, festeja 65 anos a 2 de Abril de 2017.
Victor Manuel Dinis Cunha é natural de S. João de Campo e vive em S. Martinho de Árvore, em Coimbra. Foi 1º. cabo enfermeiro em Zalala e depois Vista Alegre, Songo e Carmona. 
Victor Cunha, re-
formado, em 2016
Regressou a Portugal em 9 de Setembro de 1975 e por Coim-
bra continuou a vida, pessoal, familiar e profissional. está reformado. Os 65 anos deste Cavaleiro do Norte de Zalala - habitual participante de todas as «panquecas» dos «zalalas» - serão comemorados amanhã, em S. Martinho de Árvore - para onde vai o nosso forte abraço de parabéns, com «receita aviada» para que os possa, de boa saúde e feliz, repetir por muitas e boas primaveras!

Costa, atirador de Zalala
iria fazer 65 anos!

José Maria Soares da Costa foi soldado atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Zalala.
Natural do lugar de Bouço (?), na freguesia de Duas Igrejas, concelho de Vila Verde (no Minho). Lá regressou a 9 de Setembro de 1975 e faria 65 anos a 2 de Abril de 2017
Faleceu a 14 de Dezembro de 2009 e aqui o evocamos com saudade. RIP!


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