A 21 de Abril de 1975, em vésperas das primeiras eleições portuguesas pós-25 de Abril, os Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423 foram a Úcua, com uma missão muito especial: a troca de prisioneiros. «Tentada sem êxito», reporta o Livro da Unidade.
O patrulhamento, porém, recolheu informações, muito úteis para «a reunião a nível mais elevado com elementos do Gabinete Militar Misto».
Francisco Madaleno, atirador do PELREC, em pose fotográfica com uma criança do Quitexe |
teladas no BC12, «foi honrado com a pre-
sença do brigadeiro comandante do Co-
mando Territorial de Carmona, acompa-
nhado do seu Estado Maior e recebido no aquartelamento com formatura geral».
O dia foi intenso, em termos de Cavaleiros do Norte. A rotação da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala mas ao tempo em Vista Alegre e Ponte do Dange, estava em preparação e, por isso mesmo, deslocou-se ao Songo o 2º. comandante do BCAV., o capitão José Diogo Themudo. «Para tratar da instalação», precisa o Livro da Unidade.
A véspera, dia 20 de há 42 anos, foi tempo de se registarem incidentes no Negage, onde estava a CCAÇ. 4741/74, que obrigaram à «realização de uma reunião conjunta com a FNLA, de modo a obter a mentalização do que deverá ser a missão das NT e dos Exércitos de Libertação, neste período que decorre até à independência».
Letras e Viegas, dois (ex)furriéis milicianos «Rangers», companheiros do curso de 1973 e amigos de toda a vida. Em Setúbal, 44 anos depois de Lamego!. |
Cavaleiros do Norte em
caldeirada de... Setúbal
O tempo passou, já lá vão 42 anos!..., e agora foi tempo de reencontro de dois Cavaleiros do Norte, pelas bandas de Setúbal: os furriéis milicianos Letras e Viegas.
Companheiros de grupo de combate no Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), em Lamego e no ido ano de 1973, a mobilização juntou-os na formação do BCAV. 8423, em Santa Margarida, cada qual na sua companhia e por lá fermentando relação que se ampliou no tempo. Até hoje.
A jornada africana de Angola «levou-os» ao Uíge e a Quitexe (o Viegas) e Aldeia Viçosa (o Letras). Sempre «umbilicalmente» ligados e, já em Portugal, várias vezes se achando nos atalhos e auto-estradas da vida.
«Com´é qu´é qu´é, pá?!... Uma caldeirada, amanhã?!...», perguntou o Viegas, a um Letras que não buliu de surpresa e logo acertou local e hora.
Dito e feito, a mesa enriqueceu-se com o preparo do mar e encheu de prazer a gulodice dos confrades «rangers» e respectivas amazonas, sob o olhar atento e crítico de Ana, a Viegas da doença do sono.
A caldeirada estava uma delícia, a sobremesa também, mas o encontro valeu, principalmente, pelo desfiar de memórias da nossa jornada africana do Uíge. Uma maravilha foi o que foi, pousada e ampliada em regaço das nossas saudades das gentes e dos chãos das terras angolanas.
Tenente João Eloy Borges Cunha Mora |
Luto do BCAV. 8423
A morte do tenente Mora
e do 1º. cabo Jesus Mendes
- 2º. comandante e electricista da CCS
O dia 21 de Abril é de duplo luto do BCAV. 8423. Está ligado à morte de dois Cavaleiros do Norte, em anos diferentes: o tenente Mora e o 1º. cabo Mendes.
1º. cabo Carlos A. Jesus Mendes |
dante da CCS do BCAV. 8423 e personagem inesquecível da missão que nos levou a Angola. Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e prosseguiu a sua carreira militar.
Casado com uma senhora de origem indiana, que o acompa-
nhou em Angola, faleceu a 21 de Abril de 1993, de doença e aos 67 anos de idade. Morava na Lapa, em Lisboa.
Carlos Alberto de Jesus Mendes, 1º. cabo mecânico electri-
cista, era natural da freguesia de Santa Isabel, na Rua Maria Pia, em Lisboa, e lá regressou a 8 de Setembro de 1975. Faleceu a 21 de Abril de 2010, de doen-
ça e quando residia na Presidente Arriaga, aos Prazeres, também em Lisboa. Tinha 58 anos, nascido a 3 de Fevereiro de 1952.
Ambos recordamos, com saudade. RIP!!
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