Furriéis de Zalala foram visitar o Eusébio, a Belmonte, em Junho de 2012. De pé, Pinto. Eusébio, Mota Viana e Rodrigues. Sentados, Dias, Queirós e Barreto |
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 aquartelados em Carmona - a quitexana CCS e parte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa -, tiveram, a 15 para 16 de Abril de 1975, um novo reforço operacional: o de um grupo de combate da 3ª. CCAV. 8423, a do capitão miliciano José Paulo Fernandes e da Fazenda Santa Isabel, mas ao tempo já instalada na (nossa) saudosa vila do Quitexe - desde o dia 10 de Dezembro de 1974.
Os capitães milicianos José Manuel Cruz e José Paulo Fernandes, comandantes da 2ª. CCAV. e da 3ª. CCAV., com o alferes João Machado |
ção de calma, fictícia é certo, mas que permite um dia a dia mais ou menos estável, quebrado por um ou outro incidente».
Bem dizia (e escreveu) o comandante Almeida e Brito, e lá saberia porquê: «Uma calma fictícia, é certo (...). O tempo de então, e de forma muito real e dramática - trágica, diríamos..., como se «viu» na primeira semana de Junho de 1975 -, se encarregaria de confirmar tão «profética» e antecipada verdade.
OUA e ONU
em Luanda
Luanda, a esse tempo, continuava com as mesmas dúvidas e diferenças. O MPLA opunha-se formalmente ao envio da missão da OUA, que Lúcio Lara conside-
rava «uma interferência contrária aos interesses nacionais». Em causa, recordemos, estavam «as sangrentas confrontações recentemente ocorridas entre partidários do MPLA e da FNLA, em Luanda».
Ao tempo já estava em Luanda um delegação de 4 elementos da OUA, chefiada por Adbuirahib Farah, secretário geral das Nações Unidas para as Questões Políticas Especiais, que, porém, apontava como objectivo «estudar as necessidades do país no campo social e económico».
O furriel Eusébio Martins em 1975 |
Furriel Eusébio
morreu há 3 anos
O furriel miliciano Eusébio, da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Zalala, faleceu há 3 anos, a 16 de Abril de 2014.
Eusébio Manuel Martins era natural de Caria, em Belmonte, e morava nesta vila, onde foi funcionário público e numa altura em que, já aposentado, acautelava o futuro próximo dos dois filhos, agora com 38 e 31 anos.
Trabalhou na Escola Profissional Agrícola de Belmonte, mas a saúde começou a atormentá-lo em 2008. A má circulação sanguínea e os dia-
betes levaram-o cinco vezes às mesas de operações e neste vai-e-volta perdeu a perna esquerda. Nada, todavia, que lhe retirasse o entusiasmo e gosto de viver.
«Fiquei mais leve...», disse-me ele, ao telefone e sem uma sombra de constran-
gimento ou amargura que se lhe percebesse, sublinhando até, com ironia, que «a partir dos 50, vamos perdendo a validade. É como os iogurtes!!!...».
Eusébio era assim, emocionalmente descontraído, e até soltou outra farta gar-
galhada, que lhe senti fresca e viva, sem estar a esconder quaisquer desgosto ou tristeza. Hoje, três anos depois da sua morte, o recordamos com saudade! A saudade, em memória, de um bom companheiro da jornada angolana.
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