O furriel Viegas e o 1º. escriturário Jacinto, da ZMN, 42 anos depois da jornada uíjana de Carmona, «acha- dos» no Algarve, na Páscoa de 2017! |
O comando do BCAV. 8423 teve, a 22 de Abril de 1975, «uma reunião a nível mais elevado, com elementos do Grupo Militar Misto, a qual originou um patrulhamento a Úcua, com vista a fazer-se uma troca de prisioneiros» - que na véspera, recordemos, «tinha sido tentada sem êxito», como reporta o Livro da Unidade.
Os incidentes do Negage, no dia 20, recordemos, já tinham «obrigado» a uma «reunião conjunta com a FNLA».
Cavaleiros do Norte de Zalala, em 2016: alferes Pedro Rosa e furriéis João Aldeagas, Vitor Velez e Manuel Pinto - todos milicianos e em dia de encontro |
do «soluções para todos os problemas, através de reuniões semanais», que foram, sublinhe-se, «primórdio do Estado Maior Unificado».
Eleições em Portugal
e adiadas em Angola
As primeiras eleições em Portugal estavam em tempo final da campanha, multiplicando-se os comícios pelo país fora. Seriam (e foram) a 25 de Abril, precisamente um ano depois da revolução.
Nada que preocupasse os dois Cavaleiros do Norte da CCS que «laureavam o queijo» por terras de Benguela e Lobito, em férias angolanas: o Cruz e o Viegas. Eleições? Pois bem, que se realizassem, que tudo corresse bem, que ganhasse o melhor! Ambos, não votaram sequer, pois só o poderiam fazer em Carmona e no BC12, onde o BCAV. 8423 instalou urnas de voto (tal como na cidade). E estávamos em Benguela e Lobito, a mais de 850 quilómetros.
As eleições para a Angola independente, previstas para Outubro, é que pareciam comprometidas neste tempo de há 42 anos. Falando em Dar-es-Salan, o presidente do MPLA admitia que «podem vir a ser canceladas».
«Ainda não foi aprovado um projecto de lei eleitoral apresentado pelo MPLA», disse Agostinho Neto, frisando que o seu partido «continuará a sua campanha para as eleições».
Instrução operacional
em Santa Margarida
Um ano antes, precisamente no dia 22 de Abril de 1974, uma segunda-feira, os então futuros Cavaleiros do Norte regressaram ao Destacamento do Regimento de Cavalaria 4 (RC4), em Santa Margarida - depois de um período de férias que vinha desde 28 de Março, quando terminou a Licença de Normas - os 10 dias antes do embarque.
«Só a 22 de Abril se voltou a reencontrar todo o pessoal do Batalhão, para dar efectivação à instrução operacional», reporta o Livro de Unidade.
O destino, já se sabia, era Angola. E era para Angola que se preparavam os militares mobilizados pelo RC4 e para o Batalhão de Cavalaria 8423. Sem saber ainda para que zona. Só em Luanda e já em Junho, soubemos que seria para o Quitexe, para a Fazenda Zalala, Aldeia Viçosa e Fazenda Santa Isabel.
O louvor ao 1º. cabo Jacinto Sebastião Gomes Diogo, escriturário da ZMN |
Cavaleiros do Norte
em abraço algarvio
A semana de Páscoa de 2017 foi ocasião de reencontro de dois antigos combatentes das Forças Armadas de Portugal em Angola. Reencontro em terras algarvias de dois contem-
porâneos de Carmona, 42 anos depois da jornada uíjana: o 1º. cabo Jacinto Diogo e o furriel miliciano Viegas.
Jacinto Sebastião Gomes Diogo, algarvio de Cas-
tro Marim, foi escriturário na Zona Militar Norte (ZMN), justamente quando os Cavaleiros do Norte se aquartelaram em Carmona. Em 1975!
Jacinto Diogo, 1º. cabo escriturário da ZMN |
O louvor foi publicado na Ordem de Serviço nº. 54, de 8 de Julho de 1975, do Quartel General da Região Militar de Angola. O Chefe de Estado Maior da ZMN era, então, o major Ramiro Casimiro Mourato, recentemente falecido, quando estava internado num lar de Cascais.
Natural de Odeleite, em Castro Marim, lá regressou em 1975 e, actualmente, é empresário do ramo da restauração na Quarteira. Proprietário, gestor e trabalhador do conhecido restaurante Jacinto na avenida Sá Carneiro.
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