CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 13 de maio de 2017

3 761 - UNITA dá «nega» à Cimeira, vexame(s) em Carmona!

Cavaleiros do Norte da CCS, no Quitexe: 1º. cabo João Monteiro (Gaso-
linas), NN, José Gomes Coelho (que faleceu  há 10 anos, 13 de Maio de
2007), António Calçada e NN. Quem são os NN´s? 



Furriéis milicianos no Quitexe: Fer-
nandes, Viegas e Belo (atrás), Ri-
beiro, Rabiço e Graciano

A cimeira angolana teve outra «nega», a somar 
à da FNLA e conhecida a 13 de Maio da 1975: a da UNITA. O movimento de Jonas Savimbi também não estava disponível para reunir com os diri-gentes portugueses. O que levou o ministro Melo Antunes a Luanda. 
«Crê-se que esta deslocação está ligada com a realização próxima de uma cimeira entre os 3 movimentos de libertação e que alguns meios já a indicam para Lusaka», lia-se no Diário de Lisboa desse dia de há 42 anos.
O dia foi também o da chegada a Lisboa de 400 refugiados de Angola, recebidos pelo Grupo de Apoio - pois ainda não funcionava o Instituto de Apoio aos Refugiados Nacionais (IARN).
O BC12, a última unidade do BCAV. 8423,
visto de Carmona, na estrada para o Songo.
Ali esteve de 2 de Março a 4 de Agosto de
1975. Há precisamente 42 anos!
O Grupo de Apoio era formado por apenas 7 pessoas e, tendo já recebido 2500 refugiados de Moçambique, o Diário de Lisboa admitia que «pode, de um momento para o outro, ficar sub-
merso, com a vinda de milhares de refugiados, se o clima continuar a agravar-se em Angola».

Calma em Luanda e 
vexames em Carmona

O mesmo jornal noticiava que «a calma regressou a Nova Lisboa, onde se re-
gistaram incidentes entre FNLA e do MPLA, desconhecendo-se o número de vítimas». Em Luanda, por seu lado, «não houve novos incidentes», mas «as-
sistia-se a uma fuga desordenada dos técnicos europeus, devido à instabi-
lidade da situação e aos acontecimentos sangrentos das últimas semanas».
O Uíge, por onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte - na altura, em Carmona e Songo -, continuava sem incidentes especialmente graves, mas, e citamos o Livro de Unidade, «verifica-se uma enorme dificuldade em fazer vingar o papel de árbitro» que era atribuído ao BCAV. 8423.
«Procurando posição de isenção, foi a actuação das tropas orientada no cum-
primento da sua missão. Contudo, viu sempre escolhos diversos a vencer, viu e sentiu ameaças, foi alvo de vexames mas sobretudo foi sempre apelidada de partidária e, consequentemente, viu as suas actividades mal aceites, ainda que não suscitem quaisquer dúvidas quanto à sua isenção», narra o LU.            
José Gomes Coelho, sapador,
faleceu há 10 anos, a 13 de
Maio de 2007. RIP!!!

A morte do sapador
José Gomes Coelho

José Gomes Coelho, que pelos Cavaleiros do Norte, jornadeou pelo Uíge como soldado sapador, faleceu há precisamente 10 anos: a 13 de Maio de 2007.
Integrava o Pelotão de Sapadores, comandado pelo alferes Jaime Ribeiro, e, regressado a Portugal a 8 de Setembro de 1975, voltou à sua terra de Oldrões da Calçada, em Penafiel.
Trabalhou na Universidade do Porto,como carpinteiro, nas a doença antecipou-lhe a reforma por invalidez.
 «Teve um tumor cerebral. Nunca quis ser operado», disse Ângela Coelho, uma das duas filhas. A viúva, Maria Elisa Sousa Ferreira, foi quem nos deu a notícia da morte, quando, em 2009, organizámos o encontro de Águeda.
Faleceu aos 55 anos e ainda conheceu dois netos. Hoje o evocamos com saudade. Até um destes dias, Coelho! RIP!!!

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