CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 25 de maio de 2017

3 773 - A Forças Militares Mistas, o louvor ao alferes Machado!

O comandante Almeida e Brito e os alferes milicianos João Machado e
Jorge Capela na consoada de 1974, em Aldeia Viçosa. Tinha João Machado
22 anos. Amanhã, festeja 65, na Amadora!

Forças Militares Mistas (FMM) de Angola há 42 anos,
 na parada do BC12, em Carmona

A 25 de Maio de 1975, pelas bandas do Uíge Angolano, os Cavaleiros do Norte continuavam, estoicamente e sem um queixume, a sua missão de segurança de pessoas e bens, num período que se adivinhava cada vez mais delicado.
O projecto das Forças Militares Mistas (FMM) continuava activo da parte do BCAV. 8423, ao tempo procurando «incrementar as suas actividades». 
«Manteve-se permanente patrulhamento nos centros urbanos e nos itinerários, especial-
mente em Carmona, considerada a área mais fulcral do distrito», sublinha o Livro de Unidade.

Paz para Angola
e Moçambique

Um ano antes e, precisamente, um mês depois de Abril de 1974, o ministro Almeida Santos, da Coordenação Inter-Territorial, chegou a Luanda (a 23), vindo da Beira, em Moçambique.
«Tanto Angola como Moçambique merecem a paz», disse o governante português, numa altura em que eram latentes as diferenças entre os três movimento de libertação de Angola e a Organização de Unidade Africana (OUA) apontava para a necessidade de os persuadir a «apresentarem ao novo Governo de Lisboa uma frente mais unida, quando se efectuarem conversações que se esperam conduzam a independência».
A 24 de Maio desse 1974, a OUA preparava uma cimeira, em Lusaka, para analisar a situação de Angola. Mobutu Sese Seko, do Zaire, era o presidente da OUA e devia chegar a Lusaka no dia seguinte (25), para reunir com outros dirigentes africanos e admitia-se que Holden Roberto, presidente da FNLA, se associasse às conversações - que também envolveriam Julius Nyerere, da Tanzânia.


O alferes miliciano João Machado, da 2ª. CCAV. 8423,
aos 23 anos e de visita às Quedas do Duque de Bra-
gança. Em 1975, há precisamente 42 anos!

O louvado alferes 
Machado faz 65 anos

O dia 26 de Maio (amanhã) é data de fes-
ta de anos para pelo menos três Cavalei-
ros do Norte: o alferes miliciano Macha-
do, o atirador de morteiros Oliveira e o cozinheiro Ferrão.
João Francisco Pereira Machado foi oficial de Operações Especiais (Ran-
gers) e o 2º. comandante da 2ª. CCAV. 8423 - a de Aldeia Viçosa. Foi louvado «pelas qualidades demonstradas (...), primeiro como comandante de um grupo de combate e posteriormente como adjunto do Comandante de Companhia».
«Manifestando sempre a maior vontade e determinação nas situações que lhe foram impostas, cotou-se como bom oficial, o que se tornou sobretudo notório no todo coeso que conseguiu dos homens que comandou», sublinha o louvor do comandante Almeida e Brito, acrescentando «o elevado sentido de servir e de extrema dedicação», mostrando «excelente comportamento em todas as situações que viveu, merecendo destaque a sua actuação no decurso dos graves incidentes da cidade de Carmona em Junho último, ocasião onde nova e mais abertamente pôs as suas qualidades à prova».
O louvor foi publicado na Ordem de Serviço nº. 174 e conclui que «por tudo o que foi citado, pela colaboração sempre prestada, bem merece o alferes Machado justo prémio da sua passagem pela vida militar».
Ao tempo, morava na freguesia de S. Sebastião da Pedreira (na Rua 1º. Cabo José Martins Silvestre), em Lisboa, e, actualmente, goza a sua reforma da administração fiscal na Amadora.


Oliveira e Ferrão, 65
anos de Santa Isabel 

Fernando da Silva Oliveira foi soldado apontador de morteiros médios, da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel. Era natural do lugar de Sub-Estrada, em Nespereira, freguesia de Pinheiro, concelho de Guimarães. Lá voltou a 11 de Setembro de 1975 e por lá fez vida. Dele nada mais sabemos.
Mário Jorge da Costa Ferrão, também da 3ª. CCAV. 8423, foi cozinheiro e era de Vila Chã, em Seia. Também dele nada sabemos, para além de que lá regressou a 11 de Setembro de 1975, depois de concluída a sua comissão de serviço em Angola, e que mora em Paranhos da Beira.
Parabéns para os três.

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