CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 18 de maio de 2017

3 766 - Os dias da partida e o êxodo de europeus para Lisboa

Cavaleiros do Norte no Quitexe, «atiradores» da secretaria da CCS: furriéis
milicianos José Monteiro e Francisco Dias e 1º.s cabos Miguel Soares Tei-
xeira (que amanhã faz 65 anos), Vieira (Vasquinho) e, em baixo, João Pires
A secretaria da CCS, vista da Estrada do Café. A
casa, ao fundo, era de Abílio. Ao lado esquerdo,
geminada, ficava a Casa do Furriéis



O dia 18 de Maio de 1974, um sábado, foi tempo de férias dos futuros Cavaleiros do Norte dio BCAV. 8423, na vésperas chegados a suas casas, chegados de Santa Margarida e já todos vacinados contra as doenças tropicais que poderiam fragilizar as sua saúde por terras de Angola.
A partida da CCS estava marcada para o dias 27 e faziam-se as despedidas: da família, das namoradas, dos amigos. Nos três dias seguintes, partiriam as 3 companhias operacionais: a 1ª. CCAV. 8423, a do capitão Davide Castro Dias (que se instalaria 
O que, em data desconhecida, restou do edifício
do Comando do BCA. 8423, no Quitexe!
em Zalala), a 2ª. CCAV., do capitão José Manuel Cruz (em Aldeia Viçosa) e a 3ª. CCAV., a do capitão José Paulo Fernandes (a de Santa Isabel). Todas as partidas seriam adiadas por dois dias.

Desconfianças no Uíge
e o êxodo para Lisboa!

Um ano depois, a cidade de Carmona e o Uíge continuavam a «calma fictícia» de que já por aqui falámos. A guarnição dos  Cavaleiros do Norte, e citamos o Livro da Unidade, «não esmorecendo, expondo os seus problemas mas cumprindo, começou a verificar-se desautorizada e alvo de atropelos, o que levou a publicamente se afirmar «viver-se numa ilha do mar da FNLA, com todos os inconvenientes que daí advém». 
E não eram poucos - os inconvenientes.
As suas actividades eram «mal aceites», quer pelos movimentos de libertação, quer pela comunidade civil. Mas, e de novo citamos o Livro da Unidade, «a mentalização antecedente, a coesão criada e a disciplina vivida vão levando de vencida tais situações e assim se foi cumprindo o pedido, não olhando aos factos negativos que lhe eram atribuídos, pela certeza da irrealidade e falsidade das afirmações».
A dia 18 de Maio de 1975, um domingo (hoje se passam 42 anos), Luanda assistia «um espectáculo verdadeiramente impressionante, com os europeus a saírem em massa».
«O êxodo assume proporções gigantescas», reportava o Diário de Lisboa, sublinhando que «enquanto nos primeiros 4 meses deste ano, saíram cerca de 5000 pessoas, na semana que findou abandonaram Angola, por via aérea, aproximadamente 4000 portugueses». Foi por esta altura que a Fátima Resende trouxe para Portugal um «encomenda» nossa, incluindo um gira-discos que ainda hoje «embeleza» a nossa sala de visitas.

Miguel e Almeida, dos 1ºs cabos da CCS do BCAV. 8423,
a saborearem um canhângulo, matando a sede angolana

Miguel Teixeira, 65 anos

na Senhora da Hora

O 1º. cabo Miguel está em festa dos maduros e bem vividos 65 anos, que comemora amanhã - dia 19 de Maio de 1975.
Miguel Soares Teixeira era 1º. cabo escri-
turário e prestou serviço na secretaria da CCS, para além de um «impedimento» na messe de oficiais. Natural de Ramalde, no Porto, lá regressou a 8 de Setembro de 1975. Fez carreira na área das artes gráficas e é companheiro activo dos encontros anuais da CCS.
O nosso abraço de parabéns vai «escriturado» para a Senhora da Hora, em vésperas de nos encontrarmos a 3 de Junho, no «nosso» RC4! Muitos mais e bons anos de vida, ó Miguel, de saúde e felicidade!


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