CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 22 de junho de 2017

3 801 - A Operação Castiço DIH «estreou» Cavaleiros nas matas angolanas!

O furriel miliciano João Rito, de barbas, num momento de lazer com três ca-
valeiros do Norte de Zalala. O Rito faleceu a 17 de Maio de 2008, vítima de
um acidente por esclarecer. Era do Salgueiral, na Freixianda, em Ourém 


O 1º. sargento Fialho Panasco, da 1ª. CCAV. 8423, com
os furriéis milicianos Américo Rodrigues e Plácido
Queirós. Aqui, em Vista Alegre, ano de 1975 

A 22 de Junho de 1974, o comandante Almeida e Brito reuniu com as autoridades tradicionais da região do Quitexe. O objectivo era o mesmo de outras reuniões e com outra gente: «Preparar e mentalizar as populações para o Programa do MFA».
O BCAV. 8423, a esse tempo, ia no terceiro dia da Operação Castiço DIH, na qual os Cavaleiros do Norte pela primeira vez sentiram, no corpo e na alma, as dificuldades das picadas e trilhos das desconhecidas e misteriosas matas de Angola.
Cavaleiros de Zalala em Vista Alegre; o alferes milicia-
no Pedro Rosa ladeado pelos furriéis milicianos Manuel
Pinto (à esquerda e à civil) e João Aldeagas
A operação, para além da participação da 41ª. Companhia de Comandos, que a abandonou ao fim de 18 horas, quando, para ela, seria de 8 dias e depois de um seu soldado ter pisado um mina anti-pessoal, perdendo um pé), tinha também a envolvida a Companhia de Flechas aquartelada em Carmona.
- 3  MORTOS: O dia era quinta-feira e um comunicado do Serviço de Informação Pública das Forças Armadas dava conta de mais mortes em combate e em Angola: o furriel miliciano Hélder Aniceto dos Santos Lima (natural de Benguela) e os soldados Mário Justino Viegas Pacheco (de Olhão) e José Manuel da Silva (de S. Gonçalo, no Funchal). Os três militares mortos não pertenciam ao BCAV. 8423, que, de resto e felizmente, não teve qualquer morte em combate.
Mapa de Angola. O Uíge
é o verde mais claro 

Cimeira do Quénia
semeou optimismo

Um ano depois, precisamente, terminou a Cimeira do Quénia «abrindo a via política para a fusão das bases militares a para a aproximação política dos três movimentos de libertação de Angola».
A Cimeira marcou também que as eleições
 para a Assembleia Constituinte se realizaram até 11 de Novembro - a data marcada para a independência. A Constituinte, relatava o Diário de Lisboa, elegeria também o Presidente da República e o Conselho de Ministro do Governo da Angola independente.
Os presidentes dos três movimentos dirigiram-se ao povo angolano, depois da Cimeira e através da Emissora Oficial de Angola. 
Holden Roberto, da FNLA, lamentou «os erros dos movimentos de libertação, que causaram mortes inocentes».
Jonas Savimbi, da UNITA, comentou especialmente uma decisão da Cimeira: que as futuras «reuniões de alto nível» se deveriam realizar em Angola.
Agostinho Neto, do MPLA, sublinhou que a formação do exército único poderá resolver o problema das confrontações armadas», para que «Angola atinja a independência num clima democrático».
O 1º. sargento Fialho Panasco e esposa, no en-
contro do BCAV. 8423, a 9 de Setembro de 1995,
em Águeda, 20 anos depois do regresso de Angola

1º. sargento Panasco
morreu há 12 anos

O 1º. sargento Panasco, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, faleceu há 12 anos, vítima de doença.
Alexandre Joaquim Fialho Panasco foi o responsável da secretaria e louvado pelo comandante Almeida e Brito, por proposta do capitão Castro Dias, sublinhando «a melhor prontidão, dedicação e espírito de sacrifício, superando deste modo as dificuldades sentidas».
O louvor destaca também que foi «disciplinado, de trato correcto e elevado sentido de colaboração, vincada lealdade para o comando que serviu», para além de que «demonstrou o maior zelo e inexcedível sentido de responsabilidade, de que resultou creditar-se como excelente auxiliar na administração da sua Companhia». 
O 1º. sargento Fialho Panasco faleceu a 22 de Junho de 2005, de doença cancerosa e aos 70 anos, em Carnaxide. «Foi um bom marido e um excelente pai», disse-nos a viúva, há algum tempo.
Hoje fazemos a sua memória, com saudade. RIP!!!


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